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Funcionalismo

Presidente defende gastos com salários

Na mesma entrevista em que afirmou que pode manter as desonerações tributárias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o aumento dos gastos públicos. Ele garantiu ainda que não fará um ajuste das contas promovendo um arrocho salarial no funcionalismo público federal. "Não faremos arrocho salarial. A máquina pública estava desmantelada, destruída e atrofiada. Os funcionários públicos de alto escalão estavam ‘porcamente’ remunerados", disse Lula.

A elevação da folha salarial é dos pontos da política do governo criticada pela oposição. Os partidos oposicionistas, como o PSDB, alertam para a dificuldade de equilíbrio das contas a partir de 2010 devido ao impacto da folha salarial e a baixa arrecadação tributária, provocada pelas desonerações praticadas pelo governo.

"Nós vamos continuar contratando médicos, professores", rebateu ontem o presidente. Lula defendeu ainda o endividamento da União e a medida que ampliou a margem de endividamento dos estados para que participassem do esforço do governo federal para estimular a economia. Segundo ele, havia uma capacidade de endividamento que foi utilizada. "A dívida pública está bem controlada e a perspectiva de crescimento da economia é a melhor possível."

Apesar de afirmar que não vai promover arrocho salarial, Lula disse que vai trabalhar no ano que vem para manter o controle de gastos. "Não abdicaremos de ter uma política fiscal séria. Estamos provando que é possível fazer isso. O mesmo governo que teve a coragem de aumentar o superávit para 4,5% pode reduzir para 4% quando quiser", disse.

Aposentados

Já os aposentados e pensionistas que recebem mais do que um salário mínimo por mês (R$ 465) não devem ter o reajuste que esperam. O governo pretende, em 2010, dar um aumento de 6,5% (ou 2,6% acima da inflação), enquanto o reajuste real do mínimo deve ser de 5,2%.

"Ora, todo mundo sabe que a Previdência tem um limite", disse ontem Lula. "A Previdência tem uma arrecadação e a gente não pode pagar o que você não tem. Vocês pensam que tem algum brasileiro que gosta mais do trabalhador do que eu? Não existe. Não posso passar do limite do bom senso, para o bem deles, porque se a Previdência quebrar será mal para todos os brasileiros."

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não descarta manter em 2010 as alíquotas reduzidas de impostos que serviram, neste ano, de incentivo à indústria para o combate da crise financeira internacional. O presidente disse ontem que a continuidade dessas políticas vai depender de como a economia vai reagir no ano que vem. O governo reduziu neste ano, por exem­­­­­plo, impostos para a venda de carros, eletrodomésticos e para a aquisição de material de construção.

Lula disse esperar que a indústria se recupere sem a ajuda do governo. "Espero que não se faça mais nenhuma desoneração por problemas. É muito importante para não cometer exageros de fazer demais nem a imprudência de não fazer", disse. "A gente vai começar a colher o que foi plantado. Mas, se algum setor tiver, por alguma razão, problemas de produtividade, com exportações, obviamente estaremos atentos a tomar medidas para que aquele setor possa se recuperar rapidamente", afirmou.

Segundo o presidente, as reduções de Imposto sobre Pro­­­dutos Industrializados (IPI) podem se tornar definitivas des­­­de que a economia brasileira tenha condições de oferecer isso. "Se o Estado crescer mais, muitas alíquotas podem ficar (como estão)", disse.

Investimentos

O presidente Lula fará um pronunciamento hoje à nação para defender o aumento dos in­­­vestimentos no país. No ano passado, na mensagem de fim de ano, Lula, em meio ao agravamento da crise financeira, defendeu que os consumidores fossem cautelosos nas suas dívidas, mas que não deixassem de consumir.

No pronunciamento, o presidente fará um balanço da economia e mostrará o que o governo está fazendo para "garantir que 2010 seja um ano melhor do que foram 2009, 2008, 2007. E trabalhar". "O ano que vem eu tenho muito mais trabalho do que eu tive este ano e certamente quem vier depois de mim vai ter de trabalhar muito mais porque o Brasil, depois de mais de 20 anos de paralisia, redescobriu o gosto de trabalhar, de ter obras públicas e investimentos," afirmou.

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