O presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou minimizar o impacto político da decisão do ex-presidente Itamar Franco, que declarou apoio ao tucano Geraldo Alckmin. Lula afirmou não se sentir ofendido com a posição de Itamar, argumentando que, depois dos 75 anos, as pessoas precisam ter liberdade para fazer suas escolhas. Em tom de ironia, Lula disse esperar que Itamar tenha acertado na decisão.
- Primeiro, eu não comento uma posição de um ex-presidente. Quando chegam acima dos 75 anos as pessoas têm de ter o mínimo de liberdade de fazer suas opções. Não sou eu que vou fazer julgamento. O que eu acho é que o Brasil é um país livre e 180 milhões de brasileiros podem torcer para o Corinthians ou Palmeiras ou Flamengo ou Vasco sem que isso seja ofensivo a qualquer pessoa - disse Lula, acrescentando:
- Só desejo ao presidente Itamar acerto nas suas decisões.
Ao declarar apoio a Alckmin, Itamar responsabilizou Lula pela crise que envolveu seu governo e o PT , que segundo ele perdeu sua bandeira ética. Não escondendo o ressentimento com Lula, a quem apoiou na campanha de 2002, Itamar disse que o presidente se transformou num homem arrogante e que é difícil identificar em que momento ele se perdeu. Segundo Itamar, Alckmin representa a ética, da qual Lula teria se distanciado.
Para Lula, a decisão de Itamar não significa uma perda para a campanha:
- Não, porque não o procurei. Ele não tinha porque me apoiar se não o procurei.
Lula desvinculou o apoio político do fato de Itamar ter sido embaixador brasileiro na Itália no início de seu governo. O presidente afirmou que Itamar foi embaixador do governo - não seu - e que cumpriu as suas funções na Embaixada Brasileira na Itália.
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou, por sua vez, que o que interessa à campanha do presidente Lula é o apoio do povo.
- O apoio que interessa, que agrega, é o do povo brasileiro - disse.
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