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Brasília (Folhapress) – Com a nomeação de três novos ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou ontem a segunda reforma ministerial de sua gestão, que se arrastava havia meses. Com as mudanças, Lula coloca o PP de Severino Cavalcanti no primeiro escalão do governo federal e aumenta a insatisfação de setores petistas com a perda da pasta de Cidades, considerada estratégica.

Ontem à tarde, durante cerimônia no Palácio do Planalto, Lula deu posse a Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia), Nelson Machado (Previdência) e Márcio Fortes (Cidades). Ainda falta a posse de Fernando Haddad, até aqui confirmado como substituto de Tarso Genro na Educação.

Além da nomeação de três novos ministros, Lula anunciou a divisão da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica (Secom). A partir de agora, o então ministro Luiz Gushiken passa a responder como uma espécie de secretário de Gestão Estratégica da Presidência, enquanto a Comunicação segue para a Secretaria-Geral da Presidência, de Luiz Dulci.

Governistas já temem que denúncias antigas e novas possam abalar os ministros que assumiram ontem.

Em relatório recente da Controladoria-Geral da União (CGU), Rezende (PSB) é responsabilizado por vícios em licitações da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública que deixa para assumir a pasta.

Já Fortes (PP), até ontem na função de secretário-executivo do Desenvolvimento, é acusado de fraude numa licitação realizada em 1999, quando atuava no segundo escalão do Ministério da Agricultura, no governo Fernando Henrique Cardoso. À época, o diplomata foi acusado de acumular funções numa trading privada do ministro Pratini de Moraes (Agricultura), seu superior. Ontem, o novo ministro afirma que a denúncia contra ele foi arquivada.

Se pode ter novos problemas com as alterações anunciadas ontem, Lula conseguiu tirar Romero Jucá (Previdência), que volta ao Senado depois de passar quatro meses na pasta sob a pressão de responder à acusação de supostos desvios de dinheiro público.

Ontem, em discurso, Lula disse que Jucá deixa o governo por ser candidato a "alguma coisa" em Roraima. Ele dá lugar a Nelson Machado, técnico petista que ocupou interinamente o Planejamento entre o fim de 2004 e o início deste ano.

Além de Jucá (PMDB), deixaram o governo Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) e Olívio Dutra (Cidades).

Campos (PSB) cede lugar a Rezende para retomar seu mandato na Câmara dos Deputados. Enquanto Olívio (PT), após recusar como compensação a pasta do Desenvolvimento Agrário e a presidência da Infraero, volta ao Rio Grande do Sul para se dedicar à sua candidatura ao governo do estado.

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