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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as acusações de que campanhas do PT foram financiadas com recursos do Banco do Brasil. Lula condenou a CPI dos Correios, responsável pela divulgação de um relatório que comprovaria a transferência de dinheiro do BB para o chamado valerioduto. Sem citar nomes, o presidente disse que é preciso acabar com o denuncismo vazio no Brasil e que partidos políticos não devem ser condenados ou absolvidos sem provas.

- O que nós precisamos no Brasil é parar com denuncismo vazio e com insinuações que são desmentidas no dia seguinte. Eu acho prudente que as pessoas não acusem ninguém nem do PT ou de outro partido político e nem absolvam sem ter prova final do processo. Senão, nós ficaremos execrando instituições e personalidades antes de a gente apurar - disse o presidente, que participa da IV Cúpula das Américas no balneário argentino de Mar del Plata.

Lula fez questão de elogiar o processo de investigação que vem sendo feito não apenas pelas comissões parlamentares de inquérito (CPIs), mas também pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pelo próprio Banco do Brasil:

- Há um processo de apuração. As instituições no Brasil estão provando que são sólidas. Já faz cinco meses que as CPIs estão funcionando, vão continuar funcionando da forma mais democrática possível e o resultado vai ser bom para o povo brasileiro, eu não tenho dúvida disso.

Na última quinta-feira, a CPI dos Correios divulgou documentos que, segundo a comissão, comprovariam que R$ 10 milhões dos R$ 55 milhões que abasteceram o chamado valerioduto teriam saído do Banco do Brasil, por intermédio de recursos de publicidade da empresa Visanet. Detentor de 32% do capital da Visanet, o BB tem direito a controlar um percentual equivalente dos recursos de publicidade da empresa. Até 2002, dividia essa verba entre as três agências de publicidade que atendiam ao banco. A partir de 2003, quando Henrique Pizzolato foi nomeado diretor de marketing do BB, a conta da Visanet foi entregue à DNA, que tinha entre seus dirigentes Marcos Valério de Souza. Os recursos eram repassados à agência de publicidade antes mesmo que as campanhas de propaganda tivessem sido aprovadas.

Segundo a CPI, em 2004, três dias depois de receber R$ 35 milhões da Visanet, a DNA aplicou R$ 34,8 milhões num fundo de investimento do Banco do Brasil. No mês seguinte, a agência transferiu R$ 10 milhões para o BMG por meio de uma TED. Após quatro dias, o BMG concedeu um empréstimo do mesmo valor para a Rogério Lanza Tolentino & Associados Ltda, tendo como avalistas Rogério Tolentino e Marcos Valério. Os dois apresentaram como garantia uma aplicação em nome da DNA feita no próprio banco. Na contabilidade de Valério, esse empréstimo aparece como sendo do PT.

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