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"Sinceramente não sei como alguém estuda tanto e depois quer esquecer o povão. O povão é a razão de ser do Brasil. E do povão fazem parte a classe média, a classe rica, os mais pobres, porque todos são brasileiros." Lula, sobre artigo de Fernando Henrique Cardoso | Philip Hollis/EFE
"Sinceramente não sei como alguém estuda tanto e depois quer esquecer o povão. O povão é a razão de ser do Brasil. E do povão fazem parte a classe média, a classe rica, os mais pobres, porque todos são brasileiros." Lula, sobre artigo de Fernando Henrique Cardoso| Foto: Philip Hollis/EFE

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem, em Londres, o artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso intitulado "O papel da oposição", publicado na internet pela Revista Interesse Nacional. "Não sei como é que alguém estuda tanto e depois quer esquecer do povão", afirmou Lula, após participar de uma palestra a investidores da empresa espanhola Telefónica. Para ele, fazem parte do povo as classes média e rica e os mais pobres. "O povão é a razão de ser do Brasil."

Lula disse que o Brasil já teve político que disse preferir o "cheiro de cavalo ao do povo", referindo-se a uma célebre frase do general João Baptista de Oliveira Figueiredo, presidente durante o regime militar. Agora, afirmou Lula, tem ex-presidente "que fala que é preciso não ficar atrás, esquecer o povão". "Eu não entendo, não sei o que ele [Fernando Henrique Cardoso] quis dizer."

Lula discorda da avaliação de que o governo "engoliu" a oposição no país. De acordo com ele, o Poder Executivo saiu fortalecido da eleição. "É assim mesmo, já fui oposição com 16 deputados", disse. O ex-presidente avalia que a oposição não "capta" o desejo do povo. "O povo não aceita mais oposição vingativa, com ódio, negativista. O povo brasileiro quer gente que pensa no Brasil", declarou. "A oposição quer que tenha desgraça para poder ter razão."

No artigo, Fernando Henrique diz que o PSDB deveria deixar de disputar o voto das classes mais pobres com o PT. "Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os "movimentos sociais" ou o "povão", isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos". Segundo o ex-presidente, isso ocorre porque o governo "aparelhou" as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil.

O texto é uma longa análise do atual momento político que tenta estabelecer rumos para a atuação da oposição no país.

Defesa

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem considerar "equivocada" a avaliação negativa feita sobre o artigo de FHC. Após evento na capital paulista, o governador elogiou Fernando Henrique como o grande responsável pela inclusão social no país e ressaltou que as iniciativas de um governo precisam ser sempre voltadas aos mais carentes. "Eu acho que o texto foi tirado do contexto, uma avaliação equivocada", afirmou. "Ele [FHC] é o grande responsável pela inclusão social no Brasil, por atender a população mais pobre."

Fernando Henrique rebateu Lula pela mídia. "Eu venci duas eleições com o voto desse povão. E no primeiro turno, e contra o Lula. Agora, temos de ter uma estratégia para esses novos setores, mais sensíveis. Temos que fincar o pé na internet e nas redes sociais", afirmou o tucano.

Tevê

O PSDB estreou ontem uma nova leva de inserções na tevê em que aborda o risco de volta da inflação e o atraso nas obras de infraestrutura da Copa do Mundo. O comercial que aborda a Copa mostra um ator desconhecido do grande público, negro e com sotaque nordestino, que interpreta um passageiro irritado com o atraso de obras em um aeroporto.

Depois de dizer que o Brasil pode "passar vergonha" com a Copa, ele brada: "Ô, governo, se mexe! É preciso abrir o olho. Tem muita coisa errada por aí". E sai caminhando, bravo, empurrando o carrinho de bagagem. Em seguida entra o novo slogan tucano: "PSDB – A gente não cobra cargos, cobra competência".

As peças vão ao ar também no sábado e na terça-feira.

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