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Custódio: crise de gestão que culminou com o atraso na entrega de correspondências | Elza Fiúza/ABr
Custódio: crise de gestão que culminou com o atraso na entrega de correspondências| Foto: Elza Fiúza/ABr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu ontem o presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, e o diretor de gestão de pessoas da estatal, Pedro Maga­­­lhães Bifano, para tentar pôr um ponto final à crise que tomou conta da estatal. O encarregado por informar Custódio de sua demissão foi o ministro das Co­­municações, José Artur Filardi. Já a saída de Magalhães Bifano foi confirmada pela assessoria de imprensa da Casa Civil.Em entrevista a jornalistas, Custódio disse que a decisão não partiu do ministério e, "ao que tudo indica", foi uma orientação da Casa Civil. Lula teria seguido recomendação dos ministros Erenice Guerra (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Planejamento), que foram escalados para fazer um raio X da instituição no mês passado, após uma crise de gestão que culminou com o atraso na entrega de correspondências. Custódio recebeu a notícia pouco depois de participar de evento, com o presidente, de lançamento do selo comemorativo aos 150 Anos do Ministério da Agricultura.

Questionado sobre o motivo de sua demissão, Custódio afirmou que, na sua opinião, há uma questão política porque, segundo ele, do ponto de vista operacional, não há questionamento sobre sua gestão. "Posso discutir todos os números: faturamento, produtividade, salários e comparar com outros correios do mundo", frisou, ressaltando que, em sua gestão, a estatal conseguiu quatro anos consecutivos de lucro operacional.

O fato, no entanto, é que desde o início de junho existiam rumores de que o presidente Lula iria demitir os apadrinhados do PMDB na estatal. Uma briga com diretores petistas estava inviabilizando os Correios do ponto de vista de gerência e confiabilidade. Foram identificados problemas até na entrega de correspondência pelo Sedex, um serviço que se apresenta na publicidade nos meios de comunicação como infalível.

Mesmo com a crise, o presidente Lula adiou o anúncio da saída de Custódio para não se desgastar com o PMDB no momento de definição de apoio partidário nos estados. Resolvido esse problema, não havia mais motivos para manter Custódio. As demissões do presidente dos Correios e do diretor de Gestão de Pessoas, Pedro Magalhães Bifano, serão publicadas no Diário Oficial. Porém estarão mantidos, pelo menos por enquanto nos cargos, os diretores Marco Antonio Marques de Oliveira (Operações) e Décio Braga de Oliveira (Econômico-Financeira) – que são bancados pelo PMDB.

O engenheiro David José de Matos, que trabalhou nos governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda no Distrito Federal, foi convidado para assumir a vaga de Carlos Henrique Custódio.

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