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Bagé (AE) – Em discurso para cerca de 10 mil pessoas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que se sente "indignado" com as denúncias de corrupção no país. "Estamos vivendo uma crise política. É um tal diz-que-diz, que não sei como vocês se sentem. Eu me sinto indignado", disse Lula para a multidão, que o aplaudiu, numa praça no centro de Bagé, em um evento organizado para anunciar a criação, pelo governo, da Universidade Federal do Pampa.

Lula disse que ninguém deve ser poupado se cometeu irregularidades. "Todos que cometeram erros, sejam do meu partido, ou de outro partido, católico ou evangélico, homem ou mulher, têm de pagar", afirmou.

No discurso, ele voltou a atacar os governos anteriores, prometeu rigor da Polícia Federal nas investigações das denúncias e avaliou que seu governo fez mais, em políticas públicas, do que foi realizado nos 20 anos anteriores. Ele ainda atacou a imprensa, argumentando que nem sempre as coisas boas são mostradas. "Muitas vezes as pessoas preferem vender as desgraças do que as coisas boas que acontecem no Brasil, e acontecem coisas extraordinárias", afirmou.

Como já havia feito em pronunciamentos recentes, o presidente voltou a lembrar a educação que recebeu da mãe e disse que o único legado que recebeu na vida foi o de "ter vergonha na cara". "Isso eu passei para os meus filhos", disse o presidente. "Hoje não tenho mais minha mãe, mas tenho a minha consciência e os milhões de brasileiros que confiaram em mim", ressaltou. "Se depender de mim, não terá neste país corrupção, quem sabe num curto espaço de tempo", disse Lula.

No pronunciamento, o presidente defendeu as investigações que vêm sendo feitas pelo Congresso, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, ressaltando, entretanto, que não pode haver julgamentos precipitados. "É preciso investigar, mas as pessoas precisam ter o direito de defesa. Eu, que sou contra a pena de morte, sou também contra a condenação a priori", disse Lula. E voltou a criticar a imprensa: "Os nomes dos inocentes que foram manchados pela imprensa, alguém vai ter que pagar por isso", afirmou.

Sem citar nomes, Lula disse ainda que, no Brasil, as pessoas que torcem pelo fracasso das que ganham. "As pessoas torcem para que o eleito seja pior que elas. Normalmente torcem pelo fracasso daquele que os sucede", disse Lula. Mesmo falando de improviso, o presidente citou diversos números para argumentar que sua gestão apresenta melhores resultados do que as anteriores. Ele citou, por exemplo, a média mensal de criação de empregos com carteira assinada, que, segundo ele, é de 104 mil no seu governo e foi de apenas 8 mil, entre 1992 e 2002. O presidente visitou também uma escola da rede municipal de Bagé.

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