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Em discurso nesta segunda-feira (16) em um seminário em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil continuará crescendo em 2009, mas menos do que poderia crescer se não houvesse crise econômica.

"Enquanto a maioria dos países ricos mergulha na recessão, vamos continuar crescendo. Cresceremos em 2009 menos do que gostaríamos, menos do que poderíamos se não fosse essa crise externa, mas estejam certos que vamos crescer."

O presidente fez uma análise de como o Brasil está enfrentando a crise. Ele disse que uma "gravíssima crise de confiança se abateu sobre os países mais ricos", mas que, no Brasil, não houve esse problema.

"Nossos bancos privados ou públicos não foram contaminados pelas aventuras dos especuladores internacionais", disse, afirmando que um "sólido sistema dos bancos públicos" atenuou os efeitos da crise.

Lula lembrou ainda programas sociais como o Bolsa família, programas de investimento como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o aumento dos salários, aumento da classe média, crescimento das exportações e estabilização da inflação como fatores que, segundo ele, farão com o Brasil se recupere "mais cedo do que se espera".

O presidente, que participou do seminário "Brasil: Parceiro Global em uma Nova Economia; Estratégias Sólidas para Momentos Desafiadores", afirmou que a crise econômica mundial é uma "oportunidade" para o presidente americano Barack Obama e para ele.

"Eu, que estou com seis anos de mandato, que poderia estar cansado, essa crise vem me provocar, essa crise vem me desafiar e vai me dar mais motivação para fazer mais do que fizemos até agora". Lula afirmou também que não cortará "um centavo" dos gastos sociais nem de obras de infraestrutura e disse que o governo manterá seu papel regulador perante a crise.

"Não vacileremos em lançar todos os instrumentos ao alcance do Estado que poderão minorar os efeitos da crise. O Estado brasileiro, o Estado democrático de direito não fugirá de suas responsabilidades, não deixará de exercer seu papel regulador e sempre, sempre que necessário intervirá para que a anarquia dos mercados não resulte em caos econômico e social", disse.

Segundo o presidente, o Brasil tem propostas para apresentar aos outros países no sentido de combater a crise mundial e evitar novas crises como a democratização do Fundo Monetário Internacional (FMI), o aumento do crédito ao comércio e o fim dos paraísos fiscais.

América Latina

O presidente afirmou que os Estados Unidos "têm obrigação e uma chance extraordinária de estabelecer uma nova relação com a América Latina".

"Não a Aliança para o Progresso da década de 60, nem a política de ingerência também da década de 60, mas uma relação de parceria, de ajudar os países mais pobres a se desenvolverem e se apresentarem como amigos, construir aquilo que falta ser construído", explicou.

Ele ressaltou que tem conversado com os presidentes dos países da América do Sul e que todos têm interesse em mudar seu relacionamento com os EUA.

Cuba

Lula também abordou o relacionamento entre Estados Unidos e Cuba.

"Não existe mais, do ponto de vista político, sociológico, da racionalidade humana, nada mais que impeça o restabelecimento das relações EUA e Cuba. Não é possível que a gente continue fazendo no século XXI políticas com o olhar do que aconteceu no século XX. Vamos fazer política pensando no século XXII e deixar o que aconteceu no século XX ou XIX como uma experiência histórica para que a gente aperfeiçoe os acertos e não cometa os mesmos erros."

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