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Atualizada dia 10/06, às 14h19

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado que não pretende ceder a pressões de ano eleitoral para fazer concessões ou mágicas. Em discurso em cerimônia de lançamento simbólico do gasoduto Cabiúnas-Vitória, na manhã deste sábado na capital capixaba, Lula mostrou preocupação com eventuais equívocos que possa cometer no período eleitoral:

- O meu maior cuidado neste momento é não permitir que nesse processo eleitoral eu faça uma bobagem. Eu não quero fazer mágica, porque quando um passe de mágica dá errado, quem quebra a cara é o povo brasileiro.

Foi uma referência indireta do presidente a um assunto polêmico dos últimos dias: o reajuste de mais de 16% que a Câmara aprovou, contra a orientação do governo, para os aposentados que recebem benefícios do INSS acima de um salário-mínimo. Se o Senado também aprovar essa emenda apresentada durante a votação da Medida Provisória do Salário-Mínimo de R$ 350, quarta-feira passada, o Tesouro terá um gasto extra de R$ 12 bilhões por ano. O reajuste negociado entre governo e aposentados que ganham mais de um mínimo foi de 5%, já concedido em maio. Apenas os benefícios equivalentes a um salário mínimo tiveram reajsute de 16%.

O próprio Lula disse sexta-feira no Rio que a Câmara não adotou uma decisão séria. Os ministros da Previdência, Nelson Machado, e do Planejamento, Paulo Bernardo, recomendam o veto ao reajuste se os senadores confirmarem a votação da Câmara. Lula já admitiu que terá que fazê-lo.

Política para os pobres

O presidente voltou a defender, também neste sábado, políticas de governo voltadas para os pobres, afirmando mais uma vez que foi para isso que foi eleito em 2002. Ao falar da redução da desigualdade social, Lula afirmou:

- Por isso que queríamos disputar a eleição de presidente (em 2002). Para governar apenas para os ricos, todos podem fazer. Mas para governar para os mais necessitados era preciso que o Brasil elegesse alguém que conhecesse por dentro essa situação.

Na platéia, palavras de ordem como "Brasil urgente, Lula presidente", e muitas faixas de apoio ao presidente petista e ao governador do Espírito Santo, o peemedebista Paulo Hartung.

No discurso, Lula abordou ainda da atual situação econômica do país, fazendo uma comparação entre o momento em que assumiu o governo e agora. Para o presidente, o Brasil está vivendo um "momento mágico da economia brasileira e do desenvolvimento" e ele está muito feliz.

- No primeiro momento tivemos que fazer um ano muito duro. Agora estamos com a alma mais branda, mais feliz, porque finalmente estamos com a situação mais sólida, disse, citando vários projetos nas áreas de educação e energia, como o H-Bio, novo diesel desenvolvido pela Petrobras.Indireta a Rosinha

Em seu discurso, Lula da Silva fez uma crítica indireta à governadora fluminense, Rosinha Garotinho, que faz oposição ao seu governo. Após falar do gasoduto, em parceria com o governador aliado do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), Lula disse que semana que vem visitará outra importante semana que vem, o Pólo Petroquímico de Itaboraí, no Rio. Ressaltou que seu governo não trabalha para beneficiar aliados ou governadores, mas o povo.

- Tem estados em que as pessoas não têm tanto carinho comigo, mas não estou cuidando do governador e sim do povo brasileiro - disse, numa referência indireta à governadora do Rio.

Ao fim da cerimônia em Vitória, o presidente Lula embarcou de volta para Brasília, onde passará o fim de semana sem compromissos públicos.

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