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Apesar da pressão do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (10), após visitar o Centro Tecnológico da Marinha, em Iperó, no interior de São Paulo, que, por ora, não pretende reconduzir ao cargo o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau.

O ex-ministro é acusado pela Polícia Federal, durante as investigações da Operação Navalha, de ter recebido propina de R$ 100 mil da construtora Gautama.

"Não, não", afirmou Lula, ao ser questionado pelos jornalistas se iria reconduzir o ex-ministro ao cargo. Após a negativa, o presidente disse ter achado engraçado ser questionado sobre o mesmo tema em sua recente visita a Bruxelas (Bélgica).

"Eu fiquei imaginando quem era o poderoso que estava indicando os ministros por mim. Acho que o Silas foi injustiçado, mas ainda tem um processo em andamento e nós vamos aguardar o que vai acontecer com o processo", disse o presidente.

O relatório da Polícia Federal entregue ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) acusa Rondeau de ter recebido, através do ex-assessor Ivo Almeida Costa, R$ 100 mil da construtora Gautama, acusada pela Operação Navalha, da PF, de comandar um esquema de fraude em licitações públicas.

No entanto um laudo feito pelo perito Ricardo Molina, professor da Universidade de Campinas (Unicamp), a pedido do ex-assessor do Ministério das Minas e Energia Ivo Almeida Costa, contesta a versão da Polícia Federal de que ele teria recebido da Gautama um envelope contendo R$ 100 mil.

Para o ministro da Justiça, Tarso Genro, não há acusações contra Rondeau. "Eu examinei cautelosamente os documentos do processo e não tinha nenhuma prova convincente, nenhuma prova indireta, nenhum conjunto de indícios que se forma uma prova de que ele seria culpado", disse.

Protestos

Durante a visita de Lula ao Centro Experimental da Marinha, em Iperó, no interior de são Paulo, funcionários do Ministério da Ciência e Tecnologia aproveitaram para reivindicar uma tabela de cargos e salários para a categoria, que reúne 19 mil servidores espalhados por nove ministérios.

Cientistas do Centro de Pesquisas Renato Archer (Cenpra) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) bateram em bumbos e atabaques para tentar fazer a mensagem chegar ao presidente.

A comitiva presidencial passou sem parar, mas funcionários da Secretaria da Presidência subordinados ao ministro Luiz Dulci ficaram de agendar um encontro.

Renato Arthur Benvenutti, integrante do Fórum de Ciência e Tecnologia e diretor da associação dos funcionários do Ipen explicou o uso de instrumentos de percussão. "O bumbo é para fazer barulho. Queremos ver se assim ele nos ouve", afirmou.

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