Lula diz ter "confiança absoluta" em Mercadante

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que tem "confiança absoluta" no senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que nesta sexta-feira foi indiciado pela Polícia Federal sob acusação de praticar crime eleitoral, após investigações sobre a compra de um dossiê contra tucanos . Em São Paulo, Lula disse que não consegue entender os motivos que levaram os delegados federais a indiciar Mercadante.

- Indiciamento é indiciamento. É a visão de um ou dois delegados que fizeram a apuração. Eu tenho a mais total e absoluta confiança no companheiro Aloizio Mercadante. Não consigo entender como os delegados encontraram uma forma de incluir o companheiro Mercadante. Mas eu estou convencido de que o Mercadante é tão inocente como qualquer um de vocês.

Perguntado se consideraria que o relatório da PF teve conteúdo político, Lula preferiu não polemizar.

- Não sei, não faço julgamento porque não conheço o relatório. Isso agora vai para o Ministério Público, que aceita ou não (o indiciamento). Depois, o STF começa um processo. Eu acredito piamente na inocência do Mercadante.

A PF de Mato Grosso indiciou ainda o tesoureiro da de Mercadante campanha ao governo de São Paulo, José Giácomo Baccarin. Ambos teriam cometido crime eleitoral, ao não declarar na prestação de contas da campanha valores que seriam utilizados na compra do dossiê, pois a PF suspeita que o dinheiro para a compra do material possa ter saído do caixa dois da campanha petista em São Paulo. Segundo o artigo 350 do novo Código Eleitoral, o candidato responde "solidariamente" por recursos e gastos não-contabilizados ou provenientes de caixa dois da campanha.

Gedimar Passos, Valdebran Padilha e Hamilton Lacerda foram indiciados pelo crime de lavagem de dinheiro. Os donos da empresa de câmbio e turismo do Rio de Janeiro, Vicatur, Fernando Ribas e Sirley Chaves, por lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro.

Na noite desta sexta, o senador divulgou nota em que disse estar indignado com o indiciamento ( leia íntegra da nota ).

O inquérito tem 1.400 páginas e mais de 32 anexos. Além das movimentações investigadas e os depoimentos de 29 testemunhas, o texto registra ainda o resultado de mais de mil quebras de sigilos telefônicos.

Todo o material foi encaminhado ao juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso. O Ministério Público Federal pode, se considerar necessário, solicitar novas diligências, antes de oferecer ou não denúncia contra os indiciados.