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Após a primeira reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, na Casa Branca, em Washington, os dois chefes de Estado deram entrevista coletiva, num clima descontraído, apesar da preocupação de ambos com a crise econômica mundial | Reuters/Jonathan Ernst
Após a primeira reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, na Casa Branca, em Washington, os dois chefes de Estado deram entrevista coletiva, num clima descontraído, apesar da preocupação de ambos com a crise econômica mundial| Foto: Reuters/Jonathan Ernst

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Siva e Barack Obama se mostraram reticentes em relação ao destravamento do comércio mundial enquanto durar a crise econômica, mas acreditam ser possível que ações políticas a serem discutidas na próxima reunião do G20 possam representar algumas soluções concretas para o problema de escassez de crédito internacional. Lula disse que ele e o presidente norte-americano estão convencidos de que a crise econômica mundial pode ser resolvida com medidas políticas que serão discutidas no encontro dos 20 países mais industrializados do planeta, que vai ocorrer em Londres no dia 2 de abril.

"A crise política pode se resolver com uma decisão política firme na reunião do G20", defendeu o presidente brasileiro, após a reunião que teve com Obama, por cerca de uma hora, ontem na Casa Branca. A crise foi o principal tema do diálogo travado no Salão Oval. Outros temas que fizeram parte da conversa foram a cooperação nos campos energético, de biocombustíveis, no combate à pobreza e das relações bilaterais. Depois da reunião, os dois presidentes concederam uma entrevista coletiva à imprensa. Foi a primeira reunião de Obama, após ser eleito, com um presidente latino-americano.

Credibilidade

Para Lula, é vital que o G20 implemente medidas que melhorem o atual fluxo de crédito. "Precisamos restabelecer a credibilidade e a confiança da sociedade no sistema financeiro. Precisamos restabelecer a credibilidade e a confiança da sociedade nos governos. Para isso, precisamos fazer com que o crédito volte a fluir e também facilitar o comércio entre os países", disse Lula.

Na coletiva, houve momentos de descontração. Ao lembrar da gravidade da crise econômica, Lula brincou com o presidente americano."Eu rezo mais por Obama do que por mim. Com apenas 40 dias de mandato, ter um pepino como esse [a crise econômica]. Eu não queria estar na pele dele." A resposta de Obama também foi bem-humorada: "Ele está parecendo minha mulher falando comigo".

Como já se previa, Lula se mostrou preocupado com a possibilidade da volta do protecionismo nas relações comerciais. "É extremamente importante que todos os dirigentes que participam do G20 estejam convencidos de que as decisões têm de ser mais rápidas. O número de desempregados de hoje é o problema social de amanhã", disse. Lula lembrou também que o Brasil fez um grande esforço para avançar nas negociações Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio. Porém, em meio à crise, o presidente brasileiro disse achar difícil que seja possível concluir o acordo.

O chefe de Estado americano reconheceu que o comércio é o motor do desenvolvimento, mas, como Lula, entende ser difícil finalizar a agenda de reduções tarifárias em meio à crise. "Nos comprometemos a sentar e encontrar caminhos para preencher lacunas no comércio mundial. Não sei se vamos ter sucesso agora, mas vamos construir um caminho juntos."

Fortalecendo vínculos

Obama ressaltou a força que está sendo feita para estreitar relações com países da América Latina e disse que pretende visitar, em breve, o Brasil. Lula disse esperar que a partir desse primeiro encontro os Estados Unidos da América e o Brasil possam unir forças para "estreitar relações com outros países da região"."Obama tem a oportunidade histórica de melhorar as relações com a América Latina e a África."

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