O presidente Michel Temer (PMDB) e o ex-presidente Lula (PT) vão começar uma série de viagens pelo país. Cada um com suas pautas próprias, o objetivo dos dois é comum: construir uma agenda positiva em meio à avalanche de notícias que envolvem os dois políticos e seus aliados na operação Lava Jato.
A ideia de Temer é rodar o país inaugurando obras do governo federal para criar para si a marca de “realizador”. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), encomendou aos colegas de ministério uma lista com obras e eventos que possam ter peso político na agenda de Temer.
O plano dos aliados do presidente é tirar de Temer de Brasília pelo menos uma vez por semana para desconstruir a imagem de que ele só se dedica à articulação política na capital federal e à defesa contra citações na operação Lava Jato.
A inauguração de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida deve ser o carro chefe das viagens presidenciais. A meta do Ministério das Cidades é contratar 600 mil unidades habitacionais em 2017.
Agenda de Lula
Sem as vantagens políticas de ter o controle da máquina pública, o ex-presidente Lula planeja viajar pelo país com uma agenda de combate às reformas propostas pelo governo Temer. O discurso feito na segunda-feira (13), em Brasília, na abertura do 12.º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares, dá o tom das falas que Lula deve replicar pelo país.
Mais próximo da figura histórica do líder sindicalista que da imagem de ex-chefe de Estado, Lula referiu-se ao governo Temer como “essa gente”. O petista conclamou a plateia a lutar pela manutenção de direitos que, segundo ele, uma “parte da elite brasileira” quer acabar.
“Estou disposto a voltar a ter meus 35 anos de idade, a andar por esse país alertando o povo brasileiro sobre o que está em jogo. Agora resolveram vender nossas terras. Já venderam o espaço aéreo, daqui a pouco vendem o mar e a gente terá de pedir licença para entrar no Brasil”, disse durante o evento.
Apesar de a agenda do ex-presidente mirar 2018, ele ainda não confirma a disputa eleitoral. “Não se trata de ser candidato em 2018 porque a natureza é implacável, se trata de a gente preparar o nosso povo para lutar.”
