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Fiscalização

Lula endurece o discurso por mudanças no TCU

Presidente defende que haja punição para quem paralisar obras sem justificativa, o que ele considera que está sendo feito pelo Tribunal de Contas da União

Lula abraça o novo advogado-geral da União, Luís Adams, observado por Dilma Rousseff e Gilmar Mendes: em meio aos afagos, presidente destilou críticas ao TCU | Roosewelt Pinheiro/ABr
Lula abraça o novo advogado-geral da União, Luís Adams, observado por Dilma Rousseff e Gilmar Mendes: em meio aos afagos, presidente destilou críticas ao TCU (Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr)

Brasília - Na solenidade de troca de comando da Advocacia-Geral da União (AGU), ontem em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o Tribunal de Contas da União (TCU) por recomendar a paralisação de obras do governo. Ele ainda defendeu mudanças nos órgãos de fiscalização e punição para quem paralisar obras sem justificativas – em uma tentativa de tirar poderes do tribunal.

A crítica de Lula foi feita apenas um dia após a publicação de uma entrevista em que o presidente afirmou que o papel da imprensa não era fiscalizar o poder público porque já havia muitos órgãos responsáveis por isso. Lula citou o TCU, que ele pretende enfraquecer, como sendo um desses órgãos.

O presidente defendeu uma discussão em torno de mudanças nos órgãos de fiscalização e disse que o governo prepara um relatório para mostrar "absurdos’’ dos órgãos de fiscalização. "Eu estou preparando um relatório das coisas consideradas absurdas para que vocês tenham noção do que nós estamos fazendo. As coisas mais absurdas, obras paralisadas durante dez meses, cinco meses, um ano e depois essas obras são autorizadas sem que as pessoas que as paralisaram tenham qualquer indício de punição. Quem faz está subordinado a todas as leis e quem dá ordem para parar não está a nenhuma’’, disse.

Lula reclamou ainda que essa paralisação causa atraso no país e citou o caso de uma obra paralisada por causa de uma pedra. "Pre­­­cisamos criar instrumentos, talvez uma câmara de nível superior, inatacável, para decidir. Senão, o país fica atrofiado. Porque, se um remar pra frente e cinco para trás, a gente nunca vai ganhar a medalha de ouro do desenvolvimento.’’

Para Lula, o TCU deve ter critérios mais específicos para recomendar a paralisação de um empreendimento (na verdade, o tribunal não paralisa uma obra, apenas recomenda; quem paralisa é o Congresso).

"Os entraves (às obras) são de­­­mais. Se parte do pressuposto que todo mundo é desonesto até que se prove o contrário. Muitas vezes pre­­­valece a coisa lá embaixo. As pes­­­soas não têm dimensão de co­­­mo é paralisar uma obra do país. Com que direito alguém para uma obra por nove meses? Qual é o custo para União, para o país, para o povo brasileiro? Quanto deixamos de ganhar com aquela obra paralisada. Acho que isso vai ter que mu­­­dar.’’

As declarações de Lula foram dadas durante a posse de Luís Iná­­­­cio Adams como advogado-geral da União. Adams tem 44 anos e as­­­­sumiu a vaga deixada por José Dias Toffoli, que tomou posse ontem como ministro do STF.

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