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Assim como fez no programa semanal de rádio "Café com o presidente", ao visitar as obras de duplicação da BR-101 Nordeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a negar nesta segunda-feira que o governo esteja investindo na recuperação de estradas no início de um ano eleitoral de olho nas eleições presidenciais. Lula disse que chegou a pedir que não fosse montado palanque nos locais onde visitará obras nas estradas e afirmou que, fazendo ou não fazendo obras, os adversários vão fazer críticas de qualquer forma. A seguir, a íntegra do discurso do presidente:

"As palavras, aqui, são de agradecimento ao nosso general Albuquerque e ao Exército Brasileiro. Primeiro, porque desde que nós tomamos posse que nós estamos tentando começar a BR-101 Nordeste, levando em conta que esta região aqui, tendo esta estrada duplicada, pegando praticamente quase todos os estados do Nordeste, seria um dos grandes benefícios para o Nordeste brasileiro que, sem dúvida nenhuma, a cada ano que passa tem no turismo uma grande fonte do seu crescimento econômico, da geração de empregos e da distribuição de renda nesta região.

"Nós precisamos fazer o projeto executivo, depois entramos em um processo de licitação e, lamentavelmente, depois de feita a licitação, as empresas não entraram em acordo porque, no Brasil, se uma empresa entra com processo contra outra empresa, às vezes uma coisa que poderia demorar dois meses, demora dois anos. Eu vinha contando para a Governadora que no aeroporto de Brasília, por conta de uma ação, a segunda pista ficou paralisada praticamente por dez anos, porque um cidadão resolveu entrar com uma ação contra a construção do Aeroporto.

"Pois bem, nós, então, resolvemos propor esse desafio ao Exército Brasileiro: utilizar o seu Batalhão de Engenharia, famoso no Brasil por fazer obras consideradas difíceis em regiões muito difíceis, praticamente inacessíveis. Também é verdade que estava desmontado todo o aparato de máquinas do nosso Batalhão de Engenharia. Logo no começo do governo foi difícil e foi triste constatar que tinha sido desmontado praticamente um aparato que a gente já teve bem melhor e de melhor qualidade. O comandante Albuquerque reuniu os seus subordinados e decidiu que era uma tarefa que o Exército iria assumir e provar ao Brasil que tinha condições de reaparelhar e fazer funcionar. Então, nós resolvemos dizer para as empresas: se vocês querem ficar brigando na Justiça, vocês fiquem brigando, mas nós vamos utilizar o Exército e vamos começar a fazer esta obra.

"E é importante deixar claro que se até quando o exército estiver terminando esta obra as empresas não pararem de brigar, os outros trechos também nós vamos dar para o exército, que é para as empresas pararem de brigar e resolverem, então, aceitar fazer as coisas, porque não é possível o que acontece no Brasil: quando você pensa que está tudo resolvido, alguém vai para a Justiça e uma obra que tem urgência, como esta, demora anos e anos.

"O governador do Maranhão me dizia que há muito tempo, há uns quatro ou cinco anos, ele participou de um ato onde foi anunciado o começo desta obra. Passaram-se todos esses anos e esta obra não começou. Ela agora está sendo realizada e, junto com ela, uma série de outras políticas para estruturar o Nordeste brasileiro. Eu penso que em poucos momentos do Nordeste brasileiro a gente têm a chance que está tendo agora, de fazer com que o Nordeste tenha definitivamente a oportunidade de se equiparar, do ponto de vista dos investimentos e do ponto de vista do desenvolvimento, igual às regiões mais importantes do nosso país.

"E esta Rodovia tem um significado para o Nordeste porque ela é a integração para um turista estrangeiro ou brasileiro que pode descer aqui em Natal, conhecer as praias bonitas de Natal, conhecer a comida, conhecer tudo o que se produz aqui, e depois essa pessoa pode ir de carro ou de ônibus percorrer mais sete, oito ou nove estados do Nordeste, fazendo com que esta região seja ainda muito mais atrativa para os turistas estrangeiros e os turistas brasileiros.

"Todo mundo sabe que é impossível convencer um turista a visitar um lugar, se não tiver infra-estrutura. Um turista quer boas estradas, bons aeroportos, bons restaurantes, boas coisas do ponto de vista do artesanato para comprar e, sobretudo, nós temos o que oferecer de melhor para o turista, que é a sensibilidade e o carinho com que o povo brasileiro trata todas as pessoas que pisam em nosso território.

"Por isso, meu caro general Albuquerque, eu queria lhe dizer que é com muito orgulho que eu vejo que o nosso Batalhão de Engenharia do Exército brasileiro está, mais uma vez, atendendo a uma determinação do seu Comandante e dizendo 'nós não tememos desafios. Faremos esta e faremos quantas outras forem necessárias na medida em que o Estado brasileiro e o povo brasileiro precisarem das nossas Forças Armadas'.

"Meus parabéns a todos vocês que estão trabalhando aqui, meus parabéns a todo o povo do Rio Grande do Norte, porque saímos daqui agora e vamos para a Paraíba, também, fazer uma visita em um trecho que está começando na Paraíba; depois, vamos a Pernambuco. Eu até pedi para não montar palanque para dizer que não é campanha, porque é assim, lamentavelmente, é assim: se você não faz, vira campanha do adversário, se você faz, diz que é campanha sua. Entre não fazer e fazer, eu prefiro ser criticado fazendo, porque pelo menos o povo sofre menos. Muito obrigado".

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