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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira a atuação da Polícia Federal, condenando eventuais vazamentos e excessos na conduta dos policiais. Lula disse ainda que o trabalho da PF e do Ministério Público no combate à corrupção não será cerceado, mas cobrou tratamento adequado aos presos.

- Você não precisa algemar as pessoas, você não precisa arrebentar a porta de ninguém. Eu disse ontem ao ministro Tarso (Tarso Genro, da Justiça) que é preciso apenas que não se cometam exageros contra ninguém. É preciso que continue a ação da Polícia Federal, que é uma polícia que merece nossa consideração e o nosso respeito, e do Ministério Público, que merece nossa consideração e o nosso respeito, mas é preciso que não haja exagero - afirmou.

O presidente criticou o vazamento de informações, mas afirmou que o combate à corrupção precisa continuar, embora evitando eventuais exageros.

- Acho que, quando está no processo de investigação, você não pode ficar vazando notícias antes que você termina o processo, a investigação. Se não, você execra pessoas, primeiro pelas manchetes dos jornais, para depois as pessoas serem inocentadas e ninguém publicar o ato de inocência dessas pessoas. De qualquer forma, eu penso que, além dos exageros, nós precisamos continuar combatendo a corrupção.

Lula também garantiu que a instituição vai continuar combatendo a corrupção e que, se as pessoas não quiserem ser perturbadas, que não cometam irregularidades. Segundo o presidente, quando a PF prende alguém, age com base em autorização judicial, não é uma decisão própria da instituição.

- A Polícia Federal tem uma função nobre no país e vai continuar combatendo a corrupção doa a quem doer. Se as pessoas não quiserem ser molestadas, não pratiquem nenhum erro que não serão molestadas.

O presidente fez as declarações depois de almoço com o presidente do Panamá, Martín Torrijos.

Contudo, o ministro da Justiça, Tarso Genro, garantiu nesta sexta-feira em São Paulo que Lula não reclamou de excessos específicos na Operação Navalha. Segundo ele, a operação foi dentro da lei e "tecnicamente qualificada".

- O presidente Lula não falou em abuso e nem falou taxativamente em excesso. O presidente Lula disse que se eventualmente ocorreu algum tipo de irregularidade, o governo vai investigar, como sempre fez. Foi uma operação tecnicamente qualificada, dentro da lei, rigorosamente controlada pelo procurador geral da República e pelo próprio Supremo Tribunal de Justiça. Portanto, foi uma operação de alto padrão - disse o ministro, que almoçou com advogados paulistas.

Tarso Genro afirmou ser natural o fato de haver questionamentos sobre os procedimentos adotados pela Polícia Federal na Operação Navalha.

- O questionamento é natural que tenha. No estado de direito democrático, mesmo que uma operação seja correta, como essa foi feita, é natural que as pessoas se sintam aqui e ali lesadas. Daí elas têm que colocar publicamente e o dever do Poder Público é investigar, se efetivamente essa demanda é adequada - disse.

Rebatendo as discussões entre a PF, o Judiciário, o Executivo e o Legislativo, motivadas pelo resultado da Operação Navalha, Tarso afirmou que não perdeu o controle da Polícia Federal, e que a crítica é um direito do parlamentar. Ele também achou natural ter sido informado sobre a operação horas antes de ela ser deflagrada.

- Se fosse diferente seria preocupante. A Polícia Federal tem autonomia legal para realizar as suas operações sob comando do poder Judiciário ou da procuradoria como ocorreu. A PF está agindo dentro das normas legais e profissionais e ninguém perdeu o controle sobre ela - afirmou.

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