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Em dia de cabo eleitoral, o presidente Lula declarou que o ministro Fernando Haddad lhe “proporcionou grandes alegrias na área da educação” | José Cruz/ABr
Em dia de cabo eleitoral, o presidente Lula declarou que o ministro Fernando Haddad lhe “proporcionou grandes alegrias na área da educação”| Foto: José Cruz/ABr

O ministro da Educação, Fernando Haddad, teve ontem um cabo eleitoral de peso e um palanque próprio na estratégia para continuar no cargo durante o governo de Dilma Rousseff: o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em três cerimônias diferentes e uma reunião privada, Haddad passou o dia com o presidente. Ouviu elogios, insinuações de que Lula queria sua permanência e teve espaço para defender sua gestão, recentemente muito criticada pelos problemas no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).Pela manhã, enquanto inaugurava com Haddad 30 escolas técnicas federais e 25 novos câmpus de universidades, Lula começou dizendo que não indica ministros para a presidente eleita. "Não cabe a mim indicar ministro. Vocês sabem que sou defensor da ideia de que ela [Dilma] tem de montar um ministério a sua cara e sua semelhança. Ela tem de escolher o ministério que ela quer porque essa coisa é complicada. Se você monta um time de futebol e você não comanda os jogadores, jogador derruba técnico. Ministro é fácil de colocar. Para tirar é duro", disse.

Frente a uma clara preferência da plateia, formada por reitores de universidades federais e institutos tecnológicos, o presidente voltou a dizer: "Eu estou aqui dizendo que eu não posso indicar ministro, não posso. Se eu pudesse pedir uma vaga ia pedir para mim, mas como eu não posso...", brincou, deixando claro que apenas não estava pedindo explicitamente.

À tarde, em outro evento com Haddad – dessa vez a entrega do prêmio para as crianças que venceram a olimpíada da língua portuguesa – o presidente aproveitou para elogiar de novo seu ministro. "O Fernando Haddad me proporcionou grandes alegrias na área da educação", afirmou em seu discurso.

O ministro também teve espaço para defender sua gestão. Desfilou números e realizações e afirmou que nenhuma promessa deixou de ser cumprida. "Não nos furtamos a enfrentar nenhum debate relevante. Nada foi colocado numa gaveta, os enfrentamentos foram inúmeros, quantos meses, quanto tempo, quantas reuniões, dezenas, envolvendo técnicos de mais de um ministério, é muita coisa, tem muito suor e lágrimas", disse. "Tivemos muitas vicissitudes, mas tivemos tranquilidade para enfrentar todas".

Ainda sem ter conversado com a presidente eleita sobre sua permanência, Haddad é nome dado como certo no próximo governo – justamente por ser um pedido do presidente Lula. Mas também porque é bem visto por grupos importantes envolvidos com educação. Ontem mesmo ouviu um elogio do presidente do banco Itaú, Roberto Setúbal, que patrocina a olimpíada de português. "Eu tenho uma admiração pessoal pelo ministro Haddad", afirmou. Até o final do dia, no en­­­tanto, ainda não havia confirmação oficial da permanência do ministro no cargo.

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