Quatro dias depois de ser escolhido como o candidato do PSDB à Presidência, pesquisa Datafolha registra o cresci- mento das intenções de voto no governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O tucano cresceu seis pontos percentuais desde o último levanta- mento, feito em fevereiro, passando de 17% para 23%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticamente ficou estagnado: passou de 43% para 42%. O ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, também citado como candidato do PMDB, subiu um ponto, de 11% para 12%.
Num eventual segundo turno, a diferença Alckmin e Lula também diminui. Enquanto o presidente oscilou de 53% para 50%, o governador cresceu três pontos na preferência do eleitor, passando de 35% para 38%. A diferença, agora de 12 pontos percentuais, chegava a 18 pontos no último levantamento.
O crescimento na intenção de votos de Alckmin é visto como uma espécie de herança recebida do prefeito José Serra, que disputava com ele a indicação do PSDB. Na pesquisa espontânea, em que o nome do candidato não é apresentado ao eleitor, Alckmin passou de 6% para 10%, enquanto Serra é lembrado agora por 6%. Em fevereiro, data da última pesquisa, o prefeito era lembrado espontaneamente por 11%.
O Datafolha também procurou saber sobre o índice de rejeição do tucano e do petista. Nesse quesito, Alckmin leva vantagem. Segundo a pesquisa, 33% das pessoas dizem que não votariam no presidente Lula. A rejeição a Alckmin atinge 16%.
No cenário em que é incluído o governador do rio Grande do Sul, Germano Rigotto, como candidato do PMDB, Alckmin atinge 25% (na pesquisa anterior ele tinha 20%), enquanto Lula passa de 45% para 43%. O governador gaúcho mantém os mesmos 2% do último levantamento, atrás da senadora do PSOL, Heloisa Helena (8%), e empatado tecnicamente com o senador do PPS, Roberto Freire (4%) e Cristovam Buarque, do PDT, com 1%. O Datafolha ouviu 3.801 pessoas em 180 cidades do país, entre os dias 16 e 17 de março. A margem de erro da pesquisa, registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número 3038/2006, é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Na última pesquisa CNI/Ibope, realizada antes do anúncio oficialização da candidatura de Alckmin e divulgada quarta-feira, Lula havia ampliado sua vantagem em relação à pesquisa anterior do Ibope, de dezembro. Enquanto o governador de São Paulo oscilou dentro da margem de erro, passando de 20% para 19%, Lula cresceu 11 pontos percentuais, passando de 32% para 43% das intenções de voto. Heloísa Helena ficaria com 5% dos votos e Garotinho com 14%. Este cenário configura a hipótese de vitória de Lula no primeiro turno.
Nas simulações para o segundo turno da mesma pesquisa, Lula abriu vantagem em relação aos possíveis concorrentes. No levantamento de dezembro, Alckmin aparecia empatado tecnicamente com o presidente (41% a 37% a favor do petista). Na pesquisa de quarta-feira, a diferença aumentou para 18 pontos percentuais. Lula venceria com 49% das intenções de votos, enquanto Alckmin ficaria com 31%. O levantamento do Ibope feito entre os dias 8 a 11 de março com 2.002 eleitores, em 143 municípios do país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
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