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Roma (ABr e AG) – "Agora, já tenho um diploma." Foi com esse comentário bem humorado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem, durante a cerimônia de comemoração dos 60 anos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, a Medalha Agrícola, a mais alta distinção dada pela FAO aos que lutam contra a fome no mundo.

Ao condecorar Lula, o diretor-geral da FAO, o senegalês Jaques Diouf, afirmou que as ações de combate à fome colocadas em prática pelo governo brasileiro têm inspirado líderes de outras nações a tornar o mundo livre da fome e da pobreza. Diouf acrescentou que a condecoração é também uma homenagem aos agricultores brasileiros que abastecem o Brasil e o mundo com sua produção.

Lula disse, em seu discurso, que a fome é a maior arma de destruição em massa do mundo e que é preciso transformar a questão num problema político e não apenas citá-lo em campanhas eleitorais ou em reuniões entre países.

"Nos países mais pobres, temos que dar exemplo de severidade, de honestidade e de ética para que possamos merecer os olhares solidários de milhões e milhões de seres humanos que muitas vezes gostariam de contribuir, mas que muitas vezes têm medo que seu dinheiro não cumpra a finalidade para a qual foi doado", disse Lula, ao fazer um improviso no fim do seu discurso escrito.

O presidente foi aplaudido quando afirmou que a fome não é apenas um "problema econômico, tecnológico ou de produção de alimentos". "É um problema eminentemente político. Ou transformamos a fome num problema político e não num problema de estatística, ou num mero problema social, o qual todos utilizaremos em discursos nas campanhas eleitorais. Temos que dar um sentido de urgência à solidariedade internacional. Temos de fazer da luta contra a fome e a pobreza um compromisso político e um projeto de vida."

Mais uma vez Lula lembrou sua origem humilde. "A fome no Brasil é, acima de tudo, um problema de exclusão social. Disso posso dar testemunho, porque essa dura realidade aprendi da forma mais difícil: vivendo-a", disse o presidente.

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