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Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia. | Ricardo Stuckert/Inst
Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia.| Foto: Ricardo Stuckert/Inst

Estimativa

80 mil deixaram de fazer cirurgia contra o câncer no país

Pelo menos 58 mil pacientes de câncer ficaram sem fazer serviços de radioterapia e outros 80 mil deixaram de fazer cirurgias de câncer no país no ano passado. Estes são números estimados de uma análise feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no sistema de oncologia do país.

Para o órgão de controle, o sistema de tratamento do câncer "não está suficientemente estruturado para assegurar atenção oncológica adequada para toda a população que dela necessita".

Além de não conseguir atender a todos – na radioterapia o índice de não atendidos é de 34% e em cirurgia, de 53% –, os pacientes começam o tratamento muito depois do tempo devido, diz o órgão.

No caso dos procedimentos de quimioterapia, o tempo de espera médio foi de 76,3 dias e apenas 35% dos pacientes foram atendidos em 30 dias prazo recomendado pelo Ministério da Saúde. Na radioterapia, o resultado é ainda pior: 113,4 dias de espera e apenas 16% atendidos no primeiro mês.

No trabalho, foi feita uma pesquisa com médicos que apontou que a falta de pagamento pelo Ministério da Saúde de alguns procedimentos e os baixos valores pagos atrapalham o tratamento dos doentes.

Gastos

O Ministério da Saúde informou que os gastos dos SUS com tratamento de câncer triplicaram nos últimos 12 anos, chegando a R$ 1,8 bilhão em 2010. A previsão em 2011 é que o valor alcance R$ 2,2 bilhões.

A quantidade de atendimento aumentou 41% entre 2003 e 2010, sendo que as cirurgias aumentaram em 40% e as quimioterapias em 100%. Além disso, houve reajuste dos procedimentos no ano passado. No total, 300 mil pessoas receberam assistência em 2010, segundo o ministério.

Folhapress

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou um vídeo para agradecer as manifestações de solidariedade que recebeu desde que foi diagnosticado com um câncer na laringe, no último sábado. Bastante rouco, ao lado de sua mulher, Marisa Letícia, Lula demonstrou otimismo e disse que logo voltará a participar de assembleias e comícios políticos.

"Eu quero mais uma vez agradecer ao povo brasileiro pelo carinho e solidariedade. O que aconteceu comigo é daquelas coisas que acontecem com todo mundo, mas a gente pensa que só acontece com os outros, nunca com a gente", afirmou. "Acho que vou vencer essa batalha. Não foi a primeira e não será a última batalha que vou enfrentar, e com a solidariedade de vocês, vai ser muito mais tranquilo, muito mais fácil."

Lula disse que seguirá as orientações médicas e que vai lutar para combater a doença. "Vocês percebem que a minha voz não está boa ainda. Estou doido para falar uns ‘companheiros e companheiras’ mais fortes, mas não estou podendo", afirmou. "Não existe espaço para pessimismo, não existe espaço para ficar lamentando que hoje o dia não foi bom. Se o dia não foi bom, a gente faz ele ficar melhor amanhã, com muita garra", disse. "Sem perseverança, sem muita persistência e muita garra, a gente não consegue nada", afirmou, ressaltando que nenhum ser humano pode se deixar abater por uma dor ou por um câncer.

Lula aproveitou para demonstrar confiança no país e pedir apoio à presidente Dilma Rousseff. "Acho que a gente precisa continuar acreditando no Brasil, botando fé nesse país. Será inexorável a caminhada do país para se transformar numa grande economia", afirmou. "A gente vai fazer o que precisa ser feito, acreditar na nossa presidenta e ajudá-la, porque é assim que o Brasil vai para frente."

O ex-presidente se despediu com mais um agradecimento e com a disposição de logo voltar às suas atividades rotineiras. "Eu e Marisa agradecemos o carinho, de coração, pelas manifestações de vocês. Um beijo e até a primeira assembleia, o primeiro comício, o primeiro ato público." O vídeo está disponível no site www.youtube.com/user/icidadania.

Tratamento

Lula reagiu bem à quimioterapia realizada segunda-feira e os exames feitos na manhã de ontem não apontaram anormalidade no seu estado de saúde. A informação é dos oncologistas Paulo Hoff e Artur Katz, que concederam entrevista coletiva, ontem, na entrada do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Os médicos informaram que o ex-presidente respondeu bem ao tratamento e nos próximos dias, até a próxima sessão de quimioterapia, ficará em observação pela equipe médica. Neste intervalo, ele também deverá realizar exames de sangue, com o intuito de monitorar o seu estado de saúde.

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