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O presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff pescam às margens do Rio São Francisco | Ricardo Stuckert/Presidência
O presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff pescam às margens do Rio São Francisco| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

Barra (BA) - Ao inspecionar ontem as obras de revitalização do Rio São Fran­­­cisco acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do deputado federal Ciro Gomes (PSB-SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticamente descartou uma chapa integrada pelos dois para disputar a sucessão presidencial. Lula elogiou tanto Dilma como Ciro, afirmou que "são grandes companheiros" e acrescentou que, pelo que conhece dos dois, eles têm mais vocação para "uma carreira solo".

Lula justificou que convidou Ciro para integrar a comitiva que inspeciona as obras de transposição do Rio São Francisco por ter sido ele uma das pessoas que mais "batalhou" pelo projeto.

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), também se juntou ao grupo em outro trecho da viagem. Aécio disputa a indicação para encabeçar a chapa tucana à Presidência com o governador de São Paulo, José Serra.

Apesar da companhia de tantos pré-candidatos, Lula negou o caráter eleitoral da viagem. "Porque eu acho que em uma obra dessa a gente não pensa em fazer lançamento de candidatura, até porque a eleição está muito longe, ou seja, em uma obra dessa a gente vem dizer para o povo que essa obra vai acontecer de verdade."

Em seu discurso, Lula disse que quando deixar de ser presidente voltará à região do São Francisco, irá percorrer o rio sem seguranças e sem a companhia de ministros e vai exigir a continuação da obra.

Ele ressaltou que as obras de transposição e revitalização do Rio São Francisco representam o pagamento de uma dívida história. Cerca de 8 mil trabalhadores estão envolvidos na revitalização do rio. Lula disse que sentiu que o projeto do São Francisco ia sair do papel no dia que foi eleito presidente da República. Até aí, afirmou ele, só havia promessas.

"As pessoas que são contra, certamente, não conhecem a situação em que vive o povo do semiárido. Junto com isso, nós estamos fazendo cisternas; junto com isso, nós estamos fazendo as barragens que precisam ser feitas, porque não é apenas uma obra. Essa é como se fosse uma artéria, essa vai irrigar água, de forma perene, para uma região enorme do Brasil."

Estudo

Cenário da campanha informal da ministra Dilma Rousseff, o Rio São Francisco não tem sido tão prestigiado assim em termos de verbas federais destinadas ao pagamento de projetos em seu benefício. Em 2009, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), para uma dotação total de R$ 1,68 bilhão em verbas federais em projetos que tratam diretamente do rio, o governo pagou apenas 3,68% (cerca de R$ 61,8 milhões).

No ano passado, a situação foi parecida. De um total de R$ 1,39 bilhão em dotações, somente R$ 102,2 milhões foram liberados (7,31%). O levantamento foi feito pela assessoria de orçamento da liderança do DEM, com dados do Siafi de 9 de outubro.

Segundo o Ministério da Integração Nacional, os projetos envolvendo o São Francisco vi­­nham esbarrando em problemas, durante os últimos anos, que envolviam dificuldades para obter licenciamento ambientais junto ao Ibama. Além disso, também tropeçaram em pesadas contendas judiciais, motivadas por recursos apresentados por empresas que participavam das licitações para obras relativas ao rio.

O ministério informa que os gastos com os projetos do São Francisco aumentarão significativamente até 2010, com a superação desses entraves. Existe a previsão de que esses pagamentos se aproximem de R$ 3 bilhões até o próximo ano.

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