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Lula defende solução política para crise mundial

Lula defendeu uma solução política para a crise econômica mundial e fez duras críticas à falta de ação das lideranças atuais em busca de uma resolução para os problemas econômicos e seus impactos sociais. "Os representantes da União Europeia estão aquém das necessidades do bloco para tomar decisões", exemplificou. "A ONU não representa hoje o mundo no século XXI, está superada no tempo e no espaço e carente de novas lideranças", completou o ex-presidente no evento "Novos Desafios da Sociedade", em São Paulo.

Com a presença do ex-presidente espanhol Felipe González, Lula o citou, ao lado da ex-primeira ministra britânica Margareth Thatcher, como lideranças que no passado seriam capazes de resolver uma crise como a atual. "Temos uma crise de liderança política na Europa, após sairmos de uma geração de Felipe González e, bem ou mal, da mão dura de Thatcher. Essa nova geração não está preparada para tomar decisões políticas", criticou.

O ex-presidente pediu também que o incentivo ao consumo ocorrido no Brasil para mitigar os impactos da crise de 2008 fosse adotado como exemplo para reativar a economia mundial neste momento. Ele voltou a falar que os impactos da crise de 2008 no Brasil, à época, foram só uma marola. "Durante a crise eu não fui compreendido, eu disse que era uma marola e fiz apologia ao consumo pois se os brasileiros não consumissem, a crise chegaria. Não sei se foi só isso, mas a crise foi só uma marolinha no Brasil", reiterou.

Lula disse, ainda, que uma parte dos US$ 9,5 trilhões utilizados para a crise atual deveria ser aplicada em desenvolvimento e que o US$ 1,7 trilhão gasto na guerra do Iraque poderia ser transformado em uma bolsa família para 1,5 bilhão de pessoas que passam fome no mundo.

Poucos meses após o fim do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e com lideranças do seu partido e de legendas aliadas aguardando recursos para escapar da prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (26) a realização de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para a discussão de uma reforma política. "Se o Congresso não aprovar a reforma, teríamos de ter uma Constituinte só para isso", disse o petista, durante o seminário "Novos Desafios da Sociedade", realizado em São Paulo.

Há uma previsão de que o Congresso avalie na próxima semana o projeto de reforma política relatado pelo deputado federal Henrique Fontana (PT-RS). Cético, Lula afirmou que não acredita na votação "porque as pessoas que estão lá querem continuar com o status quo".

O ex-presidente cobrou que uma eventual reforma política torne crime inafiançável o financiamento privado de campanha. "Não pode ter mais partido de aluguel, legenda só para ganhar espaço na TV", disse. "É preciso ter partidos mais fortes e representativos e políticos que não têm medo de conversar com o povo", afirmou, reafirmando a defesa do financiamento público de campanha.

De forma indireta, Lula criticou as campanhas que levaram à Presidência da República Fernando Collor de Mello, hoje senador aliado ao governo petista da presidente Dilma Rousseff, e Jânio Quadros (1917-1992), eleitos com enfáticos discursos de combate aos corruptos. "Tome cuidado quando alguém defende o combate à corrupção como bandeira porque pode ser pior", aconselhou.

Já em relação à campanha que deu o primeiro mandato presidencial a Fernando Henrique Cardoso, Lula fez um raro elogio ao tucano, ao destacar que a bandeira de combate à corrupção não foi o fator preponderante na disputa eleitoral. "A primeira eleição do Fernando Henrique Cardoso foi um avanço para a democracia no País", afirmou.

Campos

Lula evitou comentar a possível candidatura à sucessão de Dilma Rousseff do ainda aliado governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). "Eu não sei se ele vai ser (candidato)", disse Lula. Indagado se uma possível saída do PSB da base poderia abalar o governo, Lula foi lacônico: "Eu não trato disso".

O ex-presidente evitou ainda comentar as críticas feitas na segunda-feira pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, no congresso do PSDB, afirmou: 'eles não sabem governar', em referência ao governo do PT e da presidente Dilma. "Eu nem vi", concluiu o petista.

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