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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou nesta quinta-feira, durante a assinatura da medida provisória que destinou R$ 60 milhões para obras na Rocinha , no Palácio Laranjeiras, o início do governo Sérgio Cabral. Segundo o presidente, Cabral terá quatro anos para provar que o Rio de Janeiro "pode voltar a ser tratado com seriedade". Ele elogiou o secretariado fluminense, em especial os secretários de Fazenda, Joaquim Levy e de Saúde, Sérgio Côrtes e disse que a relação entre o governo federal e o Estado do Rio será a melhor possível.

- Estou convencido de que vamos estabelecer a melhor relação entre o governo federal e o estado que já houve na história da República. No fundo, se não houver pequenez política de nenhum de nós, a possibilidade de acertar é muito grande. Quando o governador telefonou pedindo a liberação de pessoas para trabalharem com ele vi a possibilidade concreta de uma ligação umbilical entre o governo federal e o estadual - afirmou.

O presidente completou dizendo que o governador tem a chance de mudar a história do Rio:

- Você é a possibilidade de o Rio de Janeiro voltar a ser tratado com seriedade pelo Brasil inteiro. O Rio não é um estado perdido. Não é possível que um estado que é a cara internacional do Brasil seja visto apenas pelas suas maledicências. Seu início de governo foi muito vigoroso, uma demonstração de que você veio para mudar a história. O que está em jogo é a recuperação da dignidade e da auto-estima do Rio e da cidade do Rio. Não é possível que o gesto magnânimo de Deus de criar essa cidade extraordinária esteja sendo jogado fora pela incapacidade de alguns políticos que passaram pelo Rio - disse Lula, criticando políticos que governaram o estado anteriormente.

Assim como fez na posse, Lula voltou a classificar os ataques de bandidos a ônibus no Rio como terrorismo.

- Quando se queima um ônibus, isso tem que ser classificado como terrorismo de Estado (sic) - afirmou Cabral, que voltou a falar no assunto da violência no Rio, depois da assinatura da medida provisória .

Já Cabral agradeceu o apoio do presidente durante os ataque de bandidos no final do ano passado e no período das chuvas que prejudicam os municípios do interior desde o início do ano.

- Enfrentamos dificuldades muito grandes e tivemos no governo federal uma pronta resposta. Marginais tentaram desestabilizar a sociedade e o senhor, no seu discurso de posse, afirmava o compromisso com a segurança classificando os atos como terrorismo. Transferimos os 12 presos para Catanduvas, tivemos o apoio das Forças Armadas. Em seguida as chuvas, problema grave no interior do estado. Eu liguei para o senhor no Guarujá e, no dia seguinte, a medida provisória liberando recursos foi publicada. Queria agradecer ao senhor pela ligeireza e preocupação com o povo do Rio - disse.

Também criticando governos anteriores, Cabral lembrou que os prefeitos do interior não acreditaram na rápida liberação dos recursos:

- Foram mais de 20 cidades atingidas pelas chuvas e o Pezão (Luiz Fernando Pezão, vice-governador e secretário de Obras) me dizia que mais da metade não acreditava. Em outros anos, outros governos, eles não viam recursos. Os recursos não chegavam. E em 24 horas estavam disponíveis para os municípios também.

Segundo o secretário de Obras Luiz Fernando Pezão, os R$ 60 milhões que serão destinados às obras de infra-estrutura da Rocinha já estão na Caixa Econômica Federal. Em quatro meses, serão iniciadas as obras, que devem ser concluídas em quatro anos. Inicialmente, serão construídos edifícios para abrigar as famílias que vivem em áreas de risco e depois será feita a abertura de vias.

O projeto completo, que terá uma contrapartida de R$ 12 milhões do governo do estado, está sendo elaborado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e prevê ainda construção de vila olímpica, escola técnica, policlínica médica e demarcação dos limites da comunidade, na tentativa de evitar novas ocupações.

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