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Pela primeira vez no Rio de Janeiro depois das vaias que recebeu na abertura dos Jogos Pan-Americanos, no Maracanã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido em clima de festa e sob aplausos de estudantes de uma escola federal que atende bairros de áreas carentes da cidade.

O presidente chegou ao colégio Pedro II, em Realengo, nesta quinta-feira, ao som da bateria de uma pequena escola de samba local e foi tratado como ídolo ao subir ao palanque montado no pátio da escola, onde inaugurou obras de 2,9 milhões de reais para atender cerca de 1.000 alunos de ensino médio do subúrbio.

Com a manifestação, Lula trocou o ar de cansaço da viagem por três cidades - Tiradentes (MG), Campos (RJ) e Rio - por sorrisos e acenos aos estudantes que se amontoavam sobre as cadeiras para fotografá-lo.

"É uma honra receber o presidente na nossa escola sabendo que foi ele quem ajudou a reformar isso tudo", disse à Reuters a estudante Luisa de Souza, de 17 anos, no segundo ano do ensino médio, referindo-se à nova unidade do tradicional colégio Pedro II, construída no lugar de antiga fábrica de munição do Exército.

O momento de maior entusiasmo das 200 pessoas presentes à cerimônia aconteceu quando o governador Sérgio Cabral pediu uma salva de palmas ao presidente pelo apoio que tem dado ao Estado do Rio de Janeiro, destacando as questões de segurança e os Jogos Pan-Americanos. Cantos de "olê, olá, Lula, Lula" animaram o presidente, que retribuiu com sorrisos e acenos.

Um grupo de seis estudantes que planejava usar narizes de palhaço durante o evento foi advertido por um coordenador da escola, mas não se mostrou incomodado. Segundo os estudantes, a fantasia não seria um protesto contra Lula, mas uma maneira de chamar a atenção da imprensa para eles.

"As pessoas tem que saber que ele é o representante máximo do país e tem que haver respeito", disse Luisa, que estava ao lado desse grupo.

Sobre as vaias no Maracanã, a professora pública Marta Nogueira interpretou como uma possível insatisfação relativa à segurança, mas reprovou o método.

"As pessoas podem ficar insatisfeitas, mas devem manifestar isso de outras formas, na eleição, escrevendo uma carta, mas não durante um evento que estava sendo transmitido para o mundo todo", disse a professora.

Antes de seu discurso, no qual destacou a importância da educação pública, Lula pousou para fotos com estudantes uniformizados.

"Por mais pobre que se seja, só se vira bandido e uma menina só vira prostituta porque o Estado não ofereceu outro caminho a esses jovens. Depois é muito mais caro cuidar de um jovem delinquente e de meninas grávidas precocemente", disse Lula, defendendo os investimentos na educação como a forma mais eficiente de combater as desigualdades sociais.

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