![Lula no programa do Ratinho: Quem inventou a história [do mensalão] que prove a história | Reprodução:SBT](https://media.gazetadopovo.com.br/2012/06/a2577e2a82434c679f45c813d9634bc8-full.jpg)
O ex-presidente Lula, acusado de fazer lobby para adiar o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, se encontrou neste ano com 5 dos 11 ministros do STF. Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo, estiveram com Lula Gilmar Mendes, José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto. Embora apenas Mendes afirme que o ex-presidente tenha tratado do mensalão, o fato mostra que Lula tem buscado manter contato pessoal com a cúpula do STF no ano em que o caso deverá ser julgado.
No centro da polêmica, os ministros do Supremo têm tentado passar uma imagem de normalidade e pontuam que a corte é independente e que não será afetada por pressões externas. Nesta semana, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, já afirmou que ninguém na corte está abalado com o caso. E garantiu que o julgamento do mensalão ocorrerá neste ano. Outros ministros também deram declarações na mesma linha com a exceção de Gilmar Mendes, que acusou Lula de tentar "melar" o julgamento e de ter montado uma "central de intrigas".
Se no STF o clima é de apaziguamento, no mundo político a denúncia contra Lula vem provocando discussões entre aliados do ex-presidente e integrantes da oposição.
Ontem, foi a vez do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticar Lula. "Se [Lula] fez [lobby para adiar o julgamento do mensalão], não devia fazer. (...) Como presidente, você não pode pressionar o tribunal. É até mais ilegítimo como presidente", disse FHC em Pequim (China), onde participa de um seminário de investimentos do banco Itaú.
Já a senadora Marta Suplicy (PT-SP) afirmou ontem que considera a atitude do ministro Gilmar Mendes "incompressível". Segundo ela, a atitude de Mendes "fez muito mal para o Brasil".
A revista Veja revelou, no fim de semana, que Gilmar Mendes e Lula se reuniram em abril no escritório do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim. Na versão de Mendes, o petista disse que o julgamento do mensalão deveria ser feito após as eleições deste ano. E teria sugerido que o ministro do STF seria protegido de ser investigado na CPMI do Cachoeira se trabalhasse para adiar o julgamento.
Ainda segundo Mendes, o ex-presidente teria insinuado que uma viagem do ministro do STF a Berlim (Alemanha) teria sido custeada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. Mendes apresentou nesta semana comprovantes de que foi o Supremo que pagou a viagem. Já Lula e Jobim negaram o teor do relato do ministro Gilmar Mendes.



