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Lula no programa do Ratinho: “Quem inventou a história [do mensalão] que prove a história” | Reprodução:SBT
Lula no programa do Ratinho: “Quem inventou a história [do mensalão] que prove a história”| Foto: Reprodução:SBT

Programa do Ratinho

"Eu não tenho interesse em falar desse assunto", diz Lula sobre o suposto lobby

Da Redação

Em entrevista na noite de ontem no Programa do Ratinho, exibido pelo SBT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não iria comentar o caso envolvendo o ministro Gilmar Mendes, do STF. "Eu não tenho interesse em falar desse assunto. Quem inventou a história [do suposto lobby para adiar o julgamento do mensalão] que prove a história", afirmou o ex-presidente.

Na conversa com o apresentador Ratinho, Lula falou sobre o câncer que enfrentou nos últimos meses e a vida pós-Presidência.

Parte do programa também foi usada para mostrar o pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. O ex-ministro da Educação, que estava na plateia, foi convidado a ir ao palco pelo apresentador. Questionado sobre o que precisaria mudar em São Paulo, Haddad apresentou ideias de campanha, fez elogios ao governo federal e críticas à atual administração da prefeitura de São Paulo.

O ex-presidente Lula, acusado de fazer lobby para adiar o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, se encontrou neste ano com 5 dos 11 ministros do STF. Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo, estiveram com Lula Gilmar Mendes, José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto. Embora apenas Mendes afirme que o ex-presidente tenha tratado do mensalão, o fato mostra que Lula tem buscado manter contato pessoal com a cúpula do STF no ano em que o caso deverá ser julgado.

No centro da polêmica, os ministros do Supremo têm tentado passar uma imagem de normalidade e pontuam que a corte é independente e que não será afetada por pressões externas. Nesta semana, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, já afirmou que ninguém na corte está abalado com o caso. E garantiu que o julgamento do mensalão ocorrerá neste ano. Outros ministros também deram declarações na mesma linha – com a exceção de Gilmar Mendes, que acusou Lula de tentar "melar" o julgamento e de ter montado uma "central de intrigas".

Se no STF o clima é de apaziguamento, no mundo político a denúncia contra Lula vem provocando discussões entre aliados do ex-presidente e integrantes da oposição.

Ontem, foi a vez do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticar Lula. "Se [Lula] fez [lobby para adiar o julgamento do mensalão], não devia fazer. (...) Como presidente, você não pode pressionar o tribunal. É até mais ilegítimo como presidente", disse FHC em Pequim (China), onde participa de um seminário de investimentos do banco Itaú.

Já a senadora Marta Supli­­­cy (PT-SP) afirmou ontem que considera a atitude do ministro Gilmar Mendes "incompressível". Segundo ela, a atitude de Mendes "fez muito mal para o Brasil".

A revista Veja revelou, no fim de semana, que Gilmar Mendes e Lula se reuniram em abril no escritório do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim. Na versão de Mendes, o petista disse que o julgamento do mensalão deveria ser feito após as eleições deste ano. E teria sugerido que o ministro do STF seria protegido de ser investigado na CPMI do Cachoeira se trabalhasse para adiar o julgamento.

Ainda segundo Mendes, o ex-presidente teria insinuado que uma viagem do ministro do STF a Berlim (Alemanha) teria sido custeada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. Mendes apresentou nesta semana comprovantes de que foi o Supremo que pagou a viagem. Já Lula e Jobim negaram o teor do relato do ministro Gilmar Mendes.

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