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Em reunião do Conselho Político nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a crise no setor aéreo à convivência com uma pessoa que tem câncer avançado e que não aparenta estar com a doença até que vem a metástase. O presidente disse que todos foram pegos de surpresa, tanto que a discussão só entrou na pauta depois do acidente com a avião da Gol e não foi explorada por seus adversários nas eleições de outubro.

- É como uma pessoa com a qual a gente está convivendo todo dia, não aparenta nada e vai ver está com metástase e ninguém viu o câncer. Não estava nas pautas das eleições, a imprensa não fez perguntas antes, todos foram pegos de surpresa - disse Lula, segundo um participante da reunião.

Lula admitiu que o Ministério da Defesa ainda não está funcionando adequadamente e reafirmou que o ministro Nelson Jobim tem carta branca para agir e fazer mudanças, sem choradeira. Lula disse ainda que não foi fácil convencer Jobim a assumir a tarefa.

- Na prática, dentro daquilo que sempre foi o nosso desejo, ele (o ministério da Defesa) não existe - afirmou Lula, segundo a mesma fonte.Oposição ataca governo no Congresso

Com o fim do recesso, a oposição voltou a ter o espaço das tribunas do Congresso para atacar o governo. Nesta quinta-feira, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), membro da ala oposicionista do partido, deu uma mostra da disposição da oposição pós-recesso e culpou diretamente o governo Lula pelo acidente da TAM.

- Vergonha, descalabro, inércia, irresponsabilidade, incompetência, negligência, ineficiência, falta de autoridade, indignidade, má gestão, falta de compostura, desumanidade, o que mais podemos dizer sobre o desempenho do governo federal nessa absurda crise aérea que, daqui a pouco, completará um ano? Uma crise que junta alienação política com desgoverno. São alienados porque minimizam o problema e sempre culpam os outros pelos próprios tropeços. Estão desgovernados porque batem cabeça, sem liderança, enquanto brasileiros morrem em acidentes aéreos e sofrem de forma desumana nos aeroportos - vociferou o ex-governador.

Jarbas aproveitou para ironizar uma expressão muito utilizada pelo presidente em seus discursos:

- Nunca antes, na história deste país, um presidente de República demorou tanto a vir a público para prestar solidariedade diante de uma tragédia como a ocorrida no aeroporto de Congonhas. Nunca antes, na história deste país, um governo foi tão trapalhão durante uma crise. Nunca, na história deste país, um governo ousou transformar uma agência reguladora em cabide de empregos para aloprados de plantão - disse o senador, que lembrou ainda da "voracidade dos interesses privados das companhias aéreas".

O discurso de Jarbas foi comentado por outros oposicionistas, como Tasso Jereissati (PSDB-CE), José Agripino Maia (DEM-RN), Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Mão Santa (PMDB-PI), que seguiram na mesma linha de ataques ao governo.

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