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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça (12), em São Paulo, que Genival Inácio da Silva, o Vavá, um dos irmãos dele, "está mais para ingênuo que para lobista".

Vavá foi indiciado em inquérito pela Polícia Federal, durante a Operação Xeque-Mate, sob a acusação de atuar como lobista e praticar tráfico de influência no governo em favor de empresários que exploravam ilegalmente caça-níqueis.

"Duvido que o Vavá tenha conseguido fazer algum lobby na sua vida. E claro que aqui está a paixão do irmão, mas duvido que ele tenha feito algum lobby", afirmou o presidente em entrevista, antes de participar de um congresso de metalúrgicos da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Para o presidente, Vavá não era o principal alvo da Polícia Federal. "A PF pede a quebra do sigilo telefônico de uma pessoa, e se prepara para encontrar um cardume de pintados. E o Vavá, nesse caso, está mais para um lambari. Só que é um lambari especial, porque é irmão do presidente da República", afirmou.

Lula atribui ao parentesco o fato de Vavá ter se tornado alvo na Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal. "Obviamente pelo fato do Vavá ser meu irmão, ele desperta muito mais atenção do que um criminoso ou alguém que tenha feito um lobby infinitamente maior. Só que ele é meu irmão, e ele tem que pagar o preço por isso", disse.

Lula evitou comentar detalhes dos grampos telefônicos da PF porque, segundo ele, isso não é atribuição de um presidente da República.

"Presidente não pode ficar respondendo sobre telefonema. Acho que é melhor esperar a investigação correta. Os que forem culpados serão punidos", disse.

De acordo com o presidente, o irmão se comporta como um pai para toda a família. "Fui ao Vavá há 15 dias e o achei abatido, envelhecido. Na próxima vez em que vier a São Paulo, vou visitá-lo outra vez. Tenho carinho especial. Ele é um paizão da família, cuida de todo mundo", declarou.

Vazamento

Lula voltou a reclamar do vazamento de informações das operações policiais para a imprensa. "Dependendo, se houver briga política, as pessoas vão pingando para um jornal uma coisa, para outro outra coisa, e as pessoas, sem poder se defender, vão sendo execradas. Como sou republicano, acho que nós precisamos fazer a apuração correta."

"Estou vivendo momento de reflexão do que está acontecendo. Temos processo de escuta telefônica que deveria ser sigiloso e todo dia há uma nova informação que não sabemos se é verdadeira, que é truncada", disse.

Responsabilidade

Lula afirma que sempre avisou aos irmãos que não toleraria privilégios. "Os meus irmãos sabem do comportamento que eu tenho com eles. Não existe favor para amigos, irmãos e adversários."

E apesar de fazer a defesa de Vavá, o presidente fez reparos à atitude do irmão, que manteve conversas telefônicas com presos da Operação Xeque-Mate. "Só pelo fato de ser meu irmão, o Vavá deveria ter tido mais responsabilidade."

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