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Depois de quatro horas de depoimento, em que demonstrou tranquilidade ao responder os questionamentos e negou veementemente envolvimento nas supostas denúncias envolvendo convênios do Ministério do Trabalho, o ministro Carlos Lupi negou temer ser demitido em coletiva à imprensa. Lupi disse que a saída do ex-ministro dos Esportes, Orlando Silva, foi "uma injustiça" e que ele não teme ser o próximo.

"(Com Orlando Silva) foi cometida uma injustiça, mas eu vou até o fim para a verificação dessas denúncias. Não temo não ( ser o próximo) comigo não tem ninguém aparecendo para denunciar. Os que foram citados, em tese, não estão mais comigo (no ministério)".

Lupi também rejeitou o fato de ser responsável por denúncias envolvendo a pasta, por estar no comando: Não me acho responsável por nada que não tem prova. Vou provar que não é verdade e quero que seja responsabilizado o leviano que acusou. Não existe (esquema de arrecadação de recursos para o PDT junto a ONG), o PDT não participa disso.

Os jornalistas indagaram ainda como Lupi via declarações de pedetistas de que ele teria transformado o partido em um balcão de negócios e o ministro respondeu:pergunte a eles o que estão ganhando com isso.

Durante a audiência na manhã desta quinta-feira,a oposição cobrou que Lupi exija que Marcelo Panella fale ao Congresso e rebate as acusações de que montou um esquema de arrecadação de recursos, junto a entidades, para financiar o PDT. Também criticou Lupi pelo "apego ao cargo e não à honra". O deputado tucano Fernando Francischini (PSDB-PR) questionou número de convênios sem prestação de contas do Ministério. Usando números oferecidos por Lupi, o tucano afirmou que há 251 convênios efetuados, desde 2003, que não apresentação prestação de contas ou as contas estão sob análise ainda.

"Foram 491 convênios assinados desde 2003. Destes, 51% ou as prestações de contas não foram analisadas ou não apresentadas. São R$ 380 milhões, 54% dos milhões repassados também não apresentaram contas. Ta aí o ralo. Os dados são duros com seu ministério, o senhor está á frente da pasta", disse o tucano.

Francischini também questionou o fato de o ministério ter repassado recursos à ONG Pro-Cerrado, que tem como um dos dirigentes Adair Meira, mesmo depois de detectado irregularidades. Lupi respondeu que a conta feita por Francischini não era correta porque ele somava prestações não apresentadas de convênios que ainda não terminaram e que só têm que fazer a prestação depois. Disse ainda que, na Esplanada, o Ministério com o menor volume de prestação de contas em atraso é o Ministério do Trabalho. Segundo ele, houve problemas com o sistema novo implantado e também de adaptação dos concursados que foram convocados para substituir terceirados que estavam há 10, 15 anos no ministério.

Carlos Lupi também negou qualquer qualquer relação pessoal com Adair Meira, da Pro-Cerrado, e ter voado no jatinho dele. Segundo Lupi, ele só usa aviões comerciais, da FAB ou de aeronaves alugadas pelo PDT: Eu não tenho relação nenhuma com seu Adair. Posso ter encontrado no lançamento do convênio, mas não sei onde mora, nunca andei em aeronave pessoal dele ou de ninguém.

Lupi também saiu em defesa do ex-assessor, Marcelo Panellas, que deixou o ministério há seis meses e é acusado de suposto recolhimento de recursos junto a ONGs que têm convênio com o ministério para o caixa do PDT.

"Marcelo Panellas, tenho absoluta e total confiança nela. A coisa mais fácil de quem não tem caráter é abandonar a pessoa para livrar seu cargo. Não o faço porque o conheço bem. Temos uma relação de amizade de 25 anos. Não há possibilidade de Marcelo estar envolvido em irregularidade porque ele me conhece e sabe que sou duro. Reafirmou e boto minha total confiança nele, por isso quero que se investigue tudo", disse Lupi.

O ex-governador do Rio, deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) fez questão de prestar solidariedade a Lupi, que já foi seu secretário de governo: Carlos Lupi pode ter outros defeitos, e tem, mas desonesto afirmo que não é, disse Garotinho.

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