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Os líderes de oposição e do governo podem até ensaiar um acordo, mas na prática a luta pelo posto de presidente da Câmara terá várias batalhas pela frente. Fala-se em consenso, mas engana-se quem pensa na escolha tranqüila de um nome para substituir Severino Cavalcanti (PP-PE). Uma dezena de deputados já foi lançada e outro punhado autolançou-se.

São muitas possibilidades, mas até agora, de concreto, só há mesmo precondições para as candidaturas. O governo sinaliza que o PT, por ser a maior bancada na Câmara, deve apresentar um nome do partido. Mesmo assim, não existe o franco favorito. A oposição até se dispõe a negociar, mas grande parcela dela não aceita um petista sentado na cadeira de Severino.

- O PT na presidência é fora da realidade. Neste momento não pode haver precondições. É tudo atípico. O critério de proporcionalidade não deve ser considerado. Além disso, o PT queimou o seu capital de credibilidade. Na época em que Severino foi escolhido, o PPS defendeu com afinco a proporcionalidade - disse Raul Jungmann (PPS-PE).

A Constituição estabelece que o partido com mais representantes na Casa tem o direito de indicar o presidente. Contudo, na eleição de Severino essa regra não foi respeitada. Houve três candidatos avulsos, inclusive o deputado mineiro Virgílio Guimarães, do próprio PT. Em 2001, o então deputado Aécio Neves também foi eleito como candidato avulso.

Desta vez, o critério da proporcionalidade foi defendido pelo líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS). Nos bastidores, os petistas, com o aval do Palácio do Planalto, trabalham para emplacar Sigmaringa Seixas (PT-DF) ou até Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-DF), derrotado por Severino na eleição anterior.

Sigmaringa conta com a simpatia de setores do PSDB, seu ex-partido. O nome dele, inclusive, já foi citado por Eduardo Paes (PSDB-RJ). Sig, como é chamado pelos colegas deputados, é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém não figura como petista histórico nem gosta de bater continência para o Campo Majoritário, que domina o PT.

Outro nome petista que não enfrentaria rejeição da bancada oposicionista é o de José Eduardo Cardozo (PT-SP). Contudo, ele tem desafetos no PT e é visto com desconfiança. Foi Cardozo que, no começo da década de 90, elaborou relatório da comissão de sindicância do PT para expulsar o empresário Roberto Teixeira, compadre de Lula.

Porém, petistas não querem repetir o erro do passado e impor um nome goela abaixo. Por isso, o presidente do PT, Tarso Genro, já telefonou para o líder do PSDB, Alberto Goldman (SP), admitindo a possibilidade de o partido não lançar candidato. Com isso, poderia ganhar força um nome não-petista que faça parte da bancada governista.

Nesse caso, aparecem como opções que agradariam o Palácio do Planalto os deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ex-ministro da Coordenação Política, e Eduardo Campos (PSB-PE), ex-ministro da Ciência e Tecnologia.

Vice-líder do governo, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) lançou sua candidatura e tenta ser respaldado pelo Planalto. Ainda entre os socialistas, surge o nome de Julio Delgado, recém-filiado ao partido.

Entre os opositores, apresentam-se como candidatos os deputados Roberto Magalhães (PFL-PE) e Jutahy Júnior (PSDB-BA). Com menos chances, há o deputado Alceu Collares (PDT-RS), que lançou-se ao cargo em discurso da tribuna da Câmara nesta sexta-feira.

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