Auditores fiscais denunciados na Operação Publicano como integrantes de uma organização suspeita de favorecer a sonegação de impostos em troca de propina empurraram a família para dentro do esquema, segundo apontam as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Em alguns casos os familiares foram colocados como donos “formais” de empresas que na verdade pertenceriam aos auditores, segundo o Gaeco. Conforme os investigadores, há casos de empresas que eram usadas para fazer transações fictícias e gerar créditos de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
As suspeitas recaem sob a Tarfil Comércio de Tarugo e a Perfil, Metais e Alumínios. Há casos de empresas de factoring, como a Paraná Cash e a Masterinvest. Nesses casos a propriedade real das empresas é atribuída pelos investigadores a Luiz Antônio de Souza, que era inspetor-geral de fiscalização da Delegacia da Receita Estadual em Londrina.
Souza é o investigado que mais tem familiares denunciados pelo MP: além das suas duas irmãs presas (uma auditora fiscal, Rosângela Semprebom, e outra servidora da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização, Rosineide de Souza), ele teve a esposa, sogra, uma filha e a mãe também denunciadas pelo Ministério Público.
A Tarfil tem como proprietária oficial Tatiane Vieira, que trabalha como copeira no Comando Regional da Polícia Militar, contratada por uma empresa terceirizada. Em depoimento ao Gaeco, ela disse desconhecer a existência da empresa. A Tarfil foi aberta pelo contador Hederson Flávio Bueno, ex-cunhado de Souza e irmão de Marco Antônio Bueno, outro auditor fiscal preso. Para o Ministério Público, ele é integrante do esquema, embora tenha colaborado com as investigações. O advogado dele, Itauby Moraes, diz que seu cliente apenas abriu a empresa.
O advogado Walter Bittar, que defende Rosineide e Rosângela, irmãs de Souza, tem dito que elas só estão presas pelo parentesco com o auditor. Bittar também é advogado de Souza, mas só na esfera cível.



