Em reportagem publicada nesta sexta-feira , com base no depoimento do chefe da máfia dos sanguessugas à Justiça Federal, o jornal "O Globo" mostra que, para atrair congressistas para o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas, a quadrilha pagava adiantado.
Segundo o depoimento do empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, a principal empresa beneficiada pela fraude, o esquema adiantava o pagamento da propina acertada com a maioria dos políticos que apresentavam emendas ao Orçamento para a compra das ambulâncias por prefeituras. Entenda o esquema .
O dinheiro era adiantado sem juros nem pedido de garantias. Ainda de acordo com o depoimento de Vedoin, essa "instituição financeira do crime" tem até hoje créditos com pelo menos oito suspeitos, em torno de R$ 830 mil.
O jornal mostra também que para ampliar seus negócios no Congresso, os cabeças da máfia criaram braços para alcançar parlamentares em todos os partidos.
Os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoim, donos da Planam, principal empresa beneficiada pelo esquema, autorizavam os deputados Lino Rossi (PTB-MT) - licenciado - Ricarte de Freitas (PTB-MT) , Nilton Capixaba (PTB-RO) e o ex-deputado Carlos Rodrigues (sem partido) a operar pessoalmente na cooptação de outros colegas.
A ousadia de alguns parlamentares teria supreendido o próprio Vedoin, segundo ele contou no depoimento à Justiça, ao qual o 'Globo' teve acesso.
Para integrantes da CPI dos Sanguessugas, a participação efetiva de parlamentares no esquema que fraudava a compra de ambulâncias, inclusive com a cooptação de prefeitos, é um crime de desvio de dinheiro público e que a punição não poderá ser apenas por quebra de decoro parlamentar.
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