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Fundamental no diagnóstico do câncer de mama, a mamografia tem sido uma preocupação para os médicos do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio. Mais de 60% dos exames que chegam ao instituto contém erros de revelação, manchas, arranhões e sujeiras, prejudicando a avaliação correta da doença.

Há casos em que a imagem da mama chega a aparecer cortada. De acordo com os médicos, muitas vezes os exames são realizados em clínicas em que, por economia, a radiografia é dividida ao meio.

"A gente, atualmente na mamografia, procura lesões pequenas, de um centímetro, às vezes menos. Então esse problema técnico pode causar a perda de lesões levando a um retardo no diagnóstico", explica Ellyete Canella, médica do Inca.

Em toda a rede pública municipal carioca apenas o Hospital da Piedade está preparado para fazer mamografias. A prefeitura fez um convênio com quatro clínicas particulares que passaram a atender pelo SUS. Já o governo do estado reconhece que não possui qualquer unidade capacitada para fazer o exame, mas estuda a adaptação do Hospital Albert Schweitzer para os exames de câncer de mama.

Inca quer orientar clínicas a fazer exames

A preocupação com a qualidade dos exame é tanta que o Inca criou um projeto para diminuir os erros no diagnóstico, orientando clínicas e hospitais sobre a maneira correta de fazer o exame. A iniciativa, no entanto, só funciona por enquanto em quatro estados e ainda não chegou ao Rio. Quanto mais cedo a doença é descoberta, maior a chance de cura.

"Aquela mulher vai perder a chance de ter uma cirurgia menos mutilante. E segundo em termos de custo, porque uma paciente com um tratamento inicial é muito mais barato para a saúda pública do que um tratamento avançado com quimioterapia, e com recursos que muitas vezes são paliativos e que você vai perder a paciente", afirma Ellyete.

De acordo com o Inca, no Brasil a cada cem mil mulheres, 52% têm câncer de mama. Na Região Sudeste, o número sobe para 71%. Somente no estado do Rio de Janeiro, a estimativa é de que sejam diagnosticados cerca de 4.300 casos novos por ano.

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