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A Polícia e o Ministério Público de Minas Gerais encontraram nesta sexta-feira mais notas, incineradas, da empresa DNA, do publicitário Marcos Valério Fernandes, em um lote abandonado na zona industrial de Contagem, em Belo Horizonte. Os papéis foram encontrados na rua 10, no Bairro Jardim. O local é perto da casa do ex-carcereiro Marco Tulio Prata que foi preso na quinta-feira com armamento pesado e parte de documentos da DNA.

O Ministério público informou que o material,que já estava incinerado, vai ser encaminhado para perícia.

Outra parte das notas fiscais da DNA Propaganda apreendida na quinta-feira na casa do ex-carcereiro Marco Tulio Prata foi emitida em nome de órgãos públicos, como o Banco do Brasil, Eletronorte e Ministério do Trabalho, que são clientes da agência, em valores que chegam a R$ 1 milhão, em alguns casos. Elas se referem ao pagamento de veiculação de peças publicitárias em veículos de comunicação, mas os parlamentares da CPMI dos Correios que analisaram os documentos acreditam que esses serviços não foram prestados.

- A tentativa de incinerar os documentos já indica que houve irregularidade. O mais provável é que sejam notas frias - disse o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ).

Algumas das notas encontradas nas 12 caixas de documentos apreendidos pela Polícia e Ministério Público de Minas Gerais estavam com as quatro vias, o que é outra evidência de irregularidade, destacam os parlamentares. O deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), que faz parte da comitiva de parlamentares que foi a Belo Horizonte conferir os documentos, informou que a maior parte das notas é de 2002, 2003 e 2004.

- A legislação determina que esses documentos sejam mantidos na empresa por cinco anos. Nenhum empresário que não tenha o que esconder destruiria notas fiscais de 2004. Os indícios de fraude são fortes - disse o deputado.

Segundo técnicos que assessoram a CPMI dos Correios, as notas emitidas pela DNA para pagamento de veiculação de publicidade fazem referência a outras notas, que teriam sido emitidas pelos veículos de comunicação. A suspeita é que essa segunda nota pode não existir, porque o serviço não foi prestado. Outra evidência é que os impostos sobre esses valores não foram recolhidos.

- Temos que verificar agora se esses serviços foram prestados. Esses documentos só reforçam a hipótese em que estamos trabalhando de que as licitações vencidas pelas empresas de Marcos Valério foram fraudadas - disse a senadora Heloisa Helena (PSOL-AL).

Nos documentos foram encontradas também notas de empresas privadas como a Telemig e Amazônia Celular, mas os parlamentares vão se concentrar na investigação dos documentos emitidos em nome de órgãos públicos.

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