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Carreatas e manifestações fecham o último dia de campanha para o plebiscito que decidirá neste domingo sobre a divisão do Pará em três, que pode dar origem a dois novos estados, Carajás e Tapajós. Apesar das pesquisas que indicam vitória da Frente contra a Criação de Carajás e Tapajos, integrantes do movimento se preocupam com a abstenção na Região Metropolitana de Belém e realizaram carreatas em Belém.

No centro da cidade, a carreata foi liderada pelo deputado Celso Sabino (PR-PA). "Não podemos deixar que dividam o estado e levem nossas riquezas", dizia um militante da causa no caminhão de som que abria a frente para os automóveis. A adesão, no entanto, não foi expressiva. A maioria do povo de Belém segue sua rotina e a capital não tem clima eleitoral.

As principais manifestações deste sábado ocorrem nas regiões que desejam a emancipação. Na região de Santarém, apontada como possível capital de Tapajós, cerca de 400 canoeiros seguem no Rio Amazonas e prometem impedir a passagem de navios carregados com bauxita. Na sexta, primeiro dia do protesto, as embarcações não foram liberadas pela mineradora, de forma que não houve impasse ou confronto. A maior tarefa no Tapajós é viabilizar transporte para os eleitores conseguirem chegar aos locais de votação. Em função da dificuldade de acesso - boa parte do transporte é feito em barcos - a abstenção costuma ser alta, o que pode prejudicar os votos a favor da criação do estado.

Em Marabá, candidata a capital de Carajás, centenas de pessoas foram reunidas num ginásio de esportes. A Frente Pró-Carajás realiza neste sábado uma última cartada, conclamando as pessoas a ligarem para seus parentes, principalmente na Região Metropolitana de Belém, pedindo para que votem sim à emancipação da área. Na avalição da Frente, os moradores do entorno de Belém são os que mais resistem à divisão do Pará. O contato dos parentes serviria para ajudar a quebrar a ideia de que Carajás só pretende se emancipar por concentrar as principais riquezas já exploradas no estado, exploradas pela Vale.

"Pesquisa é limitada. Não é eleição. A maioria das pessoas ouvidas são as que moram nas grandes cidades", diz o economista Josenir Nascimento, da Associação dos Municípios do Araguaia-Tocantins (Amat), que passou a se chamar Associação dos Municípios Araguaia, Tocantins e Carajás.

Na avaliação de Nascimento, independentemente do resultado das urnas, a relação entre o governo do estado e as regiões separatistas não poderá continuar a mesma daqui para a frente. O governo do Pará terá, segundo ele, de repensar a forma de conduzir as decisões e de se relacionar com os municípios de Carajás e Tapajós.

Três mil homens do Exército estarão presentes em 16 cidades do estado para garantir a realização do plebiscito, entre elas Marabá e Santarém. Marabá, principalmente, é vista como a região mais problemática, por reunir um grande número de pessoas que migraram para o estado em busca de trabalho, chamados "forasteiros" pelos que são contra a divisão do Pará. Nas outras 127 cidades, a segurança ficará a cargo das polícias Militar e Civil do Pará, além da Polícia Federal.

As últimas urnas lacradas estão sendo distribuídas em Belém, Ananindeua e Icoaraci neste sábado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará. A zerésima será emitida no fim da tarde.

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