
Brasília - Cerca de 500 manifestantes invadiram ontem o prédio da Câmara Legislativa do Distrito Federal exigindo a renúncia do governador José Roberto Arruda (DEM) e do vice, Paulo Octávio (DEM). Os dois democratas são acusados de comandar um esquema de corrupção em que estariam envolvidos também deputados, secretários do governo e empresários.
Inicialmente, 150 manifestantes chegaram à Câmara e quebraram a porta principal (de vidro) e a porta do plenário (de madeira). Os dois seguranças não resistiram. Aos poucos, o número de invasores aumentou. Entre eles havia sindicalistas de várias categorias, estudantes e militantes de partidos de esquerda, como o PSol.
Os manifestantes entraram carregando um caixão que simbolizava o enterro de Arruda. Dentro do caixão havia um homem com uma faixa em que estava escrita a palavra "governador". Eles usaram megafones e gritavam "Arruda na Papuda" em alusão ao Presídio da Papuda. Gritaram também "Pê Ó no xilindró", em referência a Paulo Octávio.
Além do caixão, os manifestantes depositaram no plenário um caixote de madeira que disseram ser uma "Caixa de Pandora" (nome da Operação da Polícia Federal que investiga o esquema de corrupção). Na caixa estava escrito "DEM" e uma tradução: "Dinheiro Escondido na Meia" uma lembrança do vídeo em que o deputado Leonardo Prudente esconde uma suposta propina nas meias.
Quebra de decoro
Com a saída dos manifestantes que ocuparam o plenário, o presidente em exercício da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), abriu a sessão e anunciou a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra dez deputados suspeitos de participação no mensalão do DEM.
O petista afirmou que não foi possível ler o requerimento que pede a criação de uma CPI para investigar as denúncias porque, com a ocupação do plenário, alguns deputados deixaram a Casa sem assinar o documento.



