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Manifestantes levam caixão que simboliza o enterro do governador do DF. Eles também colocaram no meio do plenário um caixote de madeira que dizem ser a Caixa de Pandora, em alusão ao nome da operação policial que investiga Arruda. Na caixa, estava a inscrição DEM, que significaria “Dinheiro Escondido na Meia” | Marcello Casal/ABr
Manifestantes levam caixão que simboliza o enterro do governador do DF. Eles também colocaram no meio do plenário um caixote de madeira que dizem ser a Caixa de Pandora, em alusão ao nome da operação policial que investiga Arruda. Na caixa, estava a inscrição DEM, que significaria “Dinheiro Escondido na Meia”| Foto: Marcello Casal/ABr

Cassação do governador

Seis pedidos de impeachment já foram protocolados

Agência Estado

Brasília - Com apenas seis deputados em plenário, o mínimo necessário, a Câmara Legislativa do Distrito Federal deu início ontem ao processo de impeachment do governador José Roberto Arruda (DEM). Seis pedidos de impeachment, protocolados até ontem, foram lidos no início da noite, sob intensa pressão, nas galerias da Casa, dos manifestantes que invadiram o Legislativo e ocuparam o plenário por quase quatro horas.

A partir da leitura, o presidente em exercício, Cabo Patrício (PT), determinou uma análise jurídica da legalidade dos pedidos, em 24 horas. Depois, eles seguem para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Dois pedidos de impeachment foram feitos pelos advogados Evilásio Viana dos Santos e Anderson Siqueira. O PSol e a Ordem dos Ministros Evangélicos do Gama, cidade satélite do Distrito Federal, entraram com outros dois. Os dois restantes foram protocolados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e PT. Hoje, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deverá fazer um sétimo pedido para cassar o governador José Roberto Arruda.

Brasília - Cerca de 500 manifestantes invadiram ontem o prédio da Câmara Legislativa do Distrito Federal exigindo a renúncia do governador José Roberto Arruda (DEM) e do vice, Paulo Octávio (DEM). Os dois democratas são acusados de co­­­mandar um esquema de corrupção em que estariam envolvidos tam­­­­­bém deputados, se­­­cretários do governo e empresários.

Inicialmente, 150 manifestantes chegaram à Câmara e quebraram a porta principal (de vidro) e a porta do plenário (de madeira). Os dois seguranças não resistiram. Aos poucos, o número de invasores aumentou. Entre eles havia sindicalistas de várias categorias, estudantes e militantes de partidos de esquerda, como o PSol.

Os manifestantes entraram carregando um caixão que simbolizava o enterro de Arruda. Dentro do caixão havia um homem com uma faixa em que estava escrita a palavra "governador". Eles usaram megafones e gritavam "Arruda na Papuda" – em alusão ao Presídio da Papu­­­da. Gritaram também "Pê Ó no xilindró", em referência a Paulo Octávio.

Além do caixão, os manifestantes depositaram no plenário um caixote de madeira que disseram ser uma "Caixa de Pandora" (nome da Operação da Polícia Federal que investiga o esquema de corrupção). Na caixa estava escrito "DEM" e uma tradução: "Dinheiro Escon­­­dido na Meia" – uma lembrança do vídeo em que o deputado Leo­­­nardo Prudente esconde uma suposta propina nas meias.

Quebra de decoro

Com a saída dos manifestantes que ocuparam o plenário, o presidente em exercício da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), abriu a sessão e anunciou a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra dez deputados suspeitos de participação no mensalão do DEM.

O petista afirmou que não foi possível ler o requerimento que pede a criação de uma CPI para investigar as denúncias porque, com a ocupação do plenário, alguns deputados deixaram a Casa sem assinar o documento.

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