Manobra do governo pode trancar CPI do Pedágio

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pedágio sofreu uma manobra da base do governo para dificultar seu andamento na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Outras três CPIs foram protocoladas durante a sessão de ontem, além de outras duas que já foram apresentadas neste mês. Como o regimento da Alep prevê que apenas cinco comissões podem acontecer ao mesmo tempo, a do Pedágio ficaria trancada esperando o fim das outras.

Ela seria a sexta a ser apresentada neste mês e não entraria na conta das que podem começar a agir.

A bancada do governo é contrária ao pedido. Ademar Traiano, líder da base, afirmou que "trabalha com o objetivo de obstruir a possibilidade desta CPI", pois ela poderia dificultar as negociações que estão acontecendo entre o governo e as concessionárias. "A bancada, se seguir a orientação do líder, não deve assinar", afirmou.

Artimanha

Não é a primeira vez que essa manobra foi utilizada na Alep. Em 2007, com Roberto Requião (PMDB) governador, a bancada de situação protocolou cinco pedidos de CPI laranjas para trancar a criação da comissão de que investigava atos de corrupção no governo.

Entretanto, o pedido para investigar os contratos de pedágio veio de um parlamentar do governo. O deputado Nelson Luersen (PDT) conseguiu 16 assinaturas para a CPI na sessão de ontem, faltando duas para poder protocolar o requerimento. Entre elas estão as do presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB) e de Ney Leprevost (PSD) – eles foram acusados pelo deputado Cleiton Kielse (PEN), na semana passada, de impedir a instalação da mesma CPI que ele havia sugerido em 2011. Leprevost afirmou que nunca foi contra a criação da comissão para investigar os contratos do pedágio.

O criador do pedido também espera a volta dos deputados licenciados. "Temos três deputados do PT que irão assinar o pedido, mas estão na disputa pelo segundo turno. Com o retorno deles na segunda, já teremos o total de assinaturas", disse Luersen.