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Justiça

Marcos Valério é preso por fraude em escrituras de terrenos

Operador do mensalão é acusado de fraude em registros de imóveis. Objetivo era ter garantias falsas para dívidas

Valério não reagiu à prisão na última sexta-feira (2): acusado de operar o mensalão é réu em 27 ações diferentes | Marcelo Prates/ Jornal Hoje em Dia
Valério não reagiu à prisão na última sexta-feira (2): acusado de operar o mensalão é réu em 27 ações diferentes (Foto: Marcelo Prates/ Jornal Hoje em Dia)

Marcos Valério Fernandes de Souza, o lobista acusado de operar o esquema do mensalão, foi preso por volta das 6 horas de ontem, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Além de Marcos Valério, foram detidos os ex-sócios em sua antiga agência de publicidade DNA, Ramon Hollerbach, Margareth Freitas e Francisco Castilho.

Valério foi levado de avião no início da tarde para Salvador. De lá, seria transferido para São Desidério, a 150 quilômetros da capital baiana. As prisões foram determinadas pela Justiça da Bahia como parte de operação contra grilagem de terras. Marcos Valério foi preso em casa e transportado, sem algemas, no banco de trás de uma viatura da Polícia Civil. Ele não quis falar com a imprensa.

Batizada de "Operação Terra do Nunca", a ação foi realizada em três estados e tinham como meta cumprir 23 mandados de prisão preventiva. Os pedidos de prisão apontam envolvimento dos suspeitos na "aquisição de ‘papéis públicos’ para a ‘grilagem’ de terras, na cidade de São Desidério, Oeste da Bahia".

De acordo com informações dos promotores de Justiça da Bahia, Marcos Valério atuava em conjunto com advogados e oficiais de cartório de Registro Gerais de Imóveis e de Tabelionato de Notas na falsificação de documentos públicos, criando matrículas falsas de imóveis inexistentes e da União. O objetivo era entregar esses documentos para garantir dívidas das empresas de Marcos Valério. O esquema do publicitário para "esquentar" propriedades fictícias na Bahia, descoberto em 2005, funcionava da seguinte forma: ele comprava pequenos terrenos e, ao registrar nos cartórios da região, ampliava a área das propriedades, estipulando um valor das terras infinitamente superior aos terrenos que adquiria.

Durante as investigações, a polícia descobriu que as cinco escrituras falsas das fazendas em nome da DNA Propaganda somavam 17,1 mil hectares. E o lote de terras de origem tinha apenas 360 metros quadrados. "A empresa tinha uma dívida de R$ 158 mil na Fazenda Nacional. Essas escrituras foram dadas como garantia enquanto eles entravam com recurso desta dívida", afirma o delegado Carlos Ferro.

O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse que a prisão de seu cliente foi arbitrária e que vai recorrer da decisão.

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