Na Justiça
Veja os 27 processos em que Marcos Valério é réu:
Penais
Mensalão: é apontado pela Justiça como operador do mensalão do PT, esquema que teria usado recursos de empréstimos falsos e contratos com órgão públicos para comprar apoio político no Congresso. É acusado de formação de quadrilha, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, com pena máxima de 527 anos.
Valerioduto tucano: teria operado esquema semelhante na campanha de 1998 do PSDB-MG.
Suborno a policiais federais.
3 processos por crime contra a ordem tributária.
5 processos por crime contra o Sistema Financeiro Nacional.
Contra a administração geral: envolve irregularidades em licitações e concorrências públicas.
Lavagem e ocultação de bens.
Recusa, retardamento ou omissão de dados técnicos atrapalhando instauração de ação civil pública.
Cíveis
7 execuções fiscais: ações de ressarcimento feitas por instituições ligadas ao poder público.
5 execuções de títulos: cobradas pelos bancos Rural e BMG.
Ação por ressarcimento civil: envolve recursos do antigo banco estatal mineiro Bemge.
Marcos Valério Fernandes de Souza, o lobista acusado de operar o esquema do mensalão, foi preso por volta das 6 horas de ontem, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Além de Marcos Valério, foram detidos os ex-sócios em sua antiga agência de publicidade DNA, Ramon Hollerbach, Margareth Freitas e Francisco Castilho.
Valério foi levado de avião no início da tarde para Salvador. De lá, seria transferido para São Desidério, a 150 quilômetros da capital baiana. As prisões foram determinadas pela Justiça da Bahia como parte de operação contra grilagem de terras. Marcos Valério foi preso em casa e transportado, sem algemas, no banco de trás de uma viatura da Polícia Civil. Ele não quis falar com a imprensa.
Batizada de "Operação Terra do Nunca", a ação foi realizada em três estados e tinham como meta cumprir 23 mandados de prisão preventiva. Os pedidos de prisão apontam envolvimento dos suspeitos na "aquisição de papéis públicos para a grilagem de terras, na cidade de São Desidério, Oeste da Bahia".
De acordo com informações dos promotores de Justiça da Bahia, Marcos Valério atuava em conjunto com advogados e oficiais de cartório de Registro Gerais de Imóveis e de Tabelionato de Notas na falsificação de documentos públicos, criando matrículas falsas de imóveis inexistentes e da União. O objetivo era entregar esses documentos para garantir dívidas das empresas de Marcos Valério. O esquema do publicitário para "esquentar" propriedades fictícias na Bahia, descoberto em 2005, funcionava da seguinte forma: ele comprava pequenos terrenos e, ao registrar nos cartórios da região, ampliava a área das propriedades, estipulando um valor das terras infinitamente superior aos terrenos que adquiria.
Durante as investigações, a polícia descobriu que as cinco escrituras falsas das fazendas em nome da DNA Propaganda somavam 17,1 mil hectares. E o lote de terras de origem tinha apenas 360 metros quadrados. "A empresa tinha uma dívida de R$ 158 mil na Fazenda Nacional. Essas escrituras foram dadas como garantia enquanto eles entravam com recurso desta dívida", afirma o delegado Carlos Ferro.
O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse que a prisão de seu cliente foi arbitrária e que vai recorrer da decisão.
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