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Marina: ela tem a paranaense Rosane Ferreira como escudeira na Câmara. | Sérgio Moraes/Reuters
Marina: ela tem a paranaense Rosane Ferreira como escudeira na Câmara.| Foto: Sérgio Moraes/Reuters

Divisão interna

Situação no Paraná é a mesma, diz deputada

A deputada federal paranaense Rosane Ferreira diz que o PV do estado passa pela mesma crise que a direção nacional da legenda. "O que se está vivenciando no PV nacional está sendo replicado no PV do Paraná", afirma ela. A exemplo de Marina Silva, a deputada reclama da falta de democracia dentro do partido. Atualmente, a legenda no Paraná está dividida entre os que apoiam a manutenção no cargo do atual presidente, Melo Viana, e os que pedem a eleição de um novo diretório.

Viana tenta se manter por mais dois anos na direção do partido. Já Rosane, que faz parte do grupo dos dissidentes, pleiteia o comando da sigla. "Tenho muito respeito pelo Viana, mas a fila anda. A gente tem de dar possibilidade para que outros façam a sua hora", diz a deputada, que afirma estar empenhada em rediscutir o partido. "Sinto-me provocada para isso e não vou fugir a esse chamamento", afirma. De acordo com Rosane, a direção nacional deve apresentar uma decisão sobre o destino da legenda nos próximos dias.

Sem declarações

A assessoria de Melo Viana informou que ele preferia não se pronunciar a respeito das declarações de Rosane. A reportagem também procurou a direção nacional do PV, mas as ligações não foram atendidas.

Caroline Olinda

Em guerra com a cúpula nacional do PV, a ex-candidata à Presidência Marina Silva acusou ontem os dirigentes de seu partido de sufocar a "pouca democracia" existente na legenda e deu sinais de que pode deixar a sigla.

Marina divulgou um artigo ontem em que critica o grupo do presidente do PV, José Luiz Penna (SP), e no qual dá sinais de que pode deixar a legenda caso ele permaneça no poder. Sem citar o adversário, Marina ataca a manobra de Penna, na semana passada, de adiar deste ano para 2012 a convenção nacional da legenda. Esse artifício permitiu a Penna conseguir a prorrogação do próprio mandato na presidência do partido por mais um ano.

Segundo ela, a prorrogação do mandato da atual cúpula do PV vai "na contramão" do que foi defendido na campanha eleitoral do ano passado, quando Marina conquistou quase 20 milhões de votos com o discurso de renovação na política. Contra a decisão da cúpula do PV, os aliados da ex-senadora formaram o grupo "Transição Democrática", que pede mudanças internas na sigla.

A ex-senadora contestou ainda o argumento de que a permanência da atual direção nacional do PV tem como função a realização de seminários, discussões e aprovação de propostas de democratização do partido. "Não creio que o aprofundamento da democracia possa ser feito através da supressão, mesmo que temporária, da pouca democracia ainda existente [no PV]", diz Marina no artigo.

"Lembro que a proposta de adequar o PV a esses novos tempos foi feita pela própria Exe­­­cutiva Nacional do PV, quando do convite feito a mim para ingressar no partido", acrescenta ela no texto. "Por isso, o que está em jogo é se o PV vai fortalecer tudo de positivo que foi construído nesses 25 anos, afastando de vez a zona sombria que ainda envolve o partido."

Novo partido

A ex-senadora deu ainda novos sinais de que não pretende permanecer no PV se o grupo de Penna continuar no comando. "Se deixarmos de lado a renovação política dentro do partido, acabou-se a moral para falar de sonhos, de ética, de um mundo mais justo e responsável com o meio ambiente. Podemos até continuar falando, mas soará falso, como voz metálica de robô."

Nos bastidores, comenta-se que Marina ameaça fundar um novo partido ligado ao meio ambiente para abrigar seu grupo. Apesar disso, no fim do artigo publicado ontem ela afirma que pretende ficar na sigla. "Reafirmo meu desejo de permanecer neste Partido Verde, contribuindo para o seu crescimento e qualidade política."

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