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TSE rejeita registro da Rede; Marina recebe convite de 7 partidos

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou ontem à noite o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, partido criado pela ex-senadora Marina Silva e pelo qual ela pretendia disputar a Presidência no ano que vem

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Após ver o registro da Rede Sustentabilidade barrado pela Justiça Eleitoral, a ex-senadora Marina Silva afirmou na madrugada desta sexta-feira (4) que a "coerência" vai direcionar sua decisão sobre seu futuro político. Ela promete fazer um anúncio na tarde de hoje.

Na noite de ontem, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu por 6 votos a 1 que o partido não conseguiu obter o respaldo popular exigido em lei, que é de pelo menos 492 mil eleitores -faltaram quase 50 mil assinaturas de apoio.

Para atingir o número mínimo de assinaturas, a Rede pedia que o TSE tornasse válido um lote de quase 100 mil assinaturas que haviam sido rejeitadas pelos cartórios eleitorais de forma injustificada, segundo o partido. A relatora, Laurita Vaz, negou esse pedido sob o argumento de que é "inconcebível com o ordenamento jurídico a validação [das assinaturas] por mera presunção". Além deles, votaram contra Henrique Neves, Luciana Lóssio, Marco Aurélio Mello, e a presidente do tribunal, Cármen Lúcia. A favor da Rede, ficou apenas Gilmar Mendes.

Com a rejeição, Marina terá que se filiar entre hoje e amanhã a uma outra legenda se quiser se candidatar nas eleições do ano que vem (vence amanhã o prazo para que os partidos existentes filiem os candidatos).

Após a decisão do TSE, Marina se reuniu por mais de seis horas com integrantes da Rede e familiares. Ela disse que sua vida política segue sempre uma mesma lógica. "O que mais você me ouve falar é [coerência]. É quase um mantra. Vocês acham que eu ia ter uma crise de incoerência depois [do julgamento]?", questionou.

No encontro, que teve até bate-boca, o grupo político de Marina discutiu como alternativa ao veto à Rede se filiar a três partidos (PPS, PEM e PHS) para poder viabilizar a candidatura dela ao Palácio do Planalto em 2014.

Ao todo, ela recebeu convite de sete legendas, entre eles do PDT.

Na conversa com 20 apoiadores, ela ouviu apelos diversos entre se filiar para concorrer à Presidência e não se ligar a outro partido para evitar que sua imagem e seu discurso sofram ataques ou passem por desgastes.

Segundo relatos, Marina não deu indicações de qual será sua escolha. Nas palavras de um amigo, ela fez uma espécie de "audição" para tirar impressões. Do lado de fora do prédio, foi possível ouvir poucas palavras que dirigiu aos aliados.

Ela reforçou que o partido saiu vitorioso porque teve seu programa e caráter ético reconhecido pela mais alta corte eleitoral do país. "Queremos uma construção que coloque em primeiro lugar a coerência", afirmou Marina aos aliados.

Entre os que defenderam sua participação nas eleições de 2014, a justificativa foi de que não há partidos perfeitos. Pesou contra o PPS, a posição do partido na votação do Código Florestal, rechaçado pelos ambientalistas e a linha mais combativa da oposição. O PEN foi criticado por ter uma direção desconhecida e não ter uma atuação tão clara.

Os dirigentes já chegaram a oferecer a Marina trocar o nome da legenda para Rede ou até uma futura fusão quando o registro da Rede for autorizado. Outro argumento é que se não disputar no ano que vem, a próxima oportunidade seria 2018, que está muito longe. Foi sugerido que, se aceitar se filiar, que exija ficar com o controle da campanha.

A outra ala que prefere Marina longe de outra sigla defende que ela será alvo de críticas da imprensa e pode sofrer abalos em seu eleitorado por ter defendido e construído um discurso de que a Rede era um partido que tinha outro jeito de fazer política.

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