Marta apela para esposa de Lula

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Partiu de dentro de casa a pressão para que o presidente Lula entre de cabeça na campanha da petista Marta Suplicy. A queda de Marta nas pesquisas, que apareceu 17 pontos atrás do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), em pesquisa do Datafolha acendeu uma luz vermelha entre os petistas que habitam o Planalto.

A gravidade da situação congelou até mesmo o clima de animosidade histórica entre a primeira-dama Marisa Letícia e Marta. A ex-prefeita telefonou para a mulher de Lula "pedindo socorro e o apoio do presidente", antes dele embarcar para uma semana de viagem ao exterior. Resultado: Lula, após comparecer à terceira reunião-almoço do fórum Altos Executivos do Brasil e Estados Unidos, no Hotel Hilton, hoje em São Paulo, vai se reunir com a candidata petista.

A entrada do chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, na campanha de Marta foi mais uma interferência da primeira-dama. A avaliação de diversos auxiliares do presidente é de que a situação de Marta Suplicy "é crítica".

Do lado de Kassab, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), classificou como "boa notícia" a indicação de Gilberto Carvalho para coordenar a campanha de Marta. "É uma garantia que não vamos ter baixaria nessa campanha, vamos ter uma campanha de nível porque eu conheço pessoalmente o Gilberto Carvalho", afirmou.

O candidato do governador ganhou ontem apoio do PPS. No 1º turno, o partido foi representado pela candidata Soninha Francine, que teve cerca 4% dos votos na capital.

Rio de Janeiro

A disputa no Rio de Janeiro foi marcada pelo primeiro debate do segundo turno entre Fernando Gabeira (PV) e Eduardo Paes (PSDB) e anúncios de apoio para as duas candidaturas. O arquiteto Oscar Niemeyer, 100 anos, manifestou apoio a Gabeira. Os dois se reuniram na residência de Niemeyer, na avenida Atlântica. O arquiteto arriscou dizer que Lula apoiará o candidato do PV, embora o PT tenha fechado aliança com Paes.

"O Gabeira é mais coerente e mais sensível aos problemas do Rio de Janeiro", disse Niemeyer, que no primeiro turno gravou declaração de apoio para Jandira Feghali (PCdoB).

Contrariando o arquiteto, no entanto, o PCdoB de Feghali decidiu apoiar Eduardo Paes. Jandira Feghali terminou o primeiro turno na quarta colocação, com 321.012 votos – 9,79% do total de votos válidos.

O PCdoB é o quarto partido da base aliada do presidente Lula a apoiar o peemedebista. Desde o fim do primeiro turno, Paes recebeu o apoio formal do PSB, PT e PSC. Fernando Gabeira (PV) recebeu apoio apenas do DEM, do prefeito Cesar Maia.

Paes e Gabeira se enfrentaram em um debate promovido pelo jornal O Globo sob o impacto da pesquisa Datafolha (veja box), que indica empate técnico entre os dois nas intenções de voto. O candidato do PV tentou ligar o adversário aos problemas da gestão do governador Sérgio Cabral (PMDB), padrinho político da candidatura do adversário. O peemedebista reagiu, cobrando de Gabeira a aliança política com o prefeito Cesar Maia (DEM).