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Marta Suplicy: ela não aguenta discurso chato. E você? | Waldemir Barreto/Agência Senado
Marta Suplicy: ela não aguenta discurso chato. E você?| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Senadores petistas se revezaram na tribuna da Casa nesta quinta (2) para fazer um ato de desagravo à vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), alvo de críticas dos colegas pelo rigor com que controlou o tempo dos pronunciamentos durante a sessão ocorrida entre a noite desta quarta (1º) e o início da madrugada.

O debate começou com o líder do PT, Humberto Costa (PE), defendendo a vice-presidente ao dizer que Marta havia sido vítima de "provocações, agressões, chacotas" dos colegas enquanto comandava a sessão no lugar do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que já havia deixado o plenário. Costa ainda disse que não identificava o mesmo comportamento dos colegas nas sessões presididas "por um homem".

"Quero aproveitar este momento para manifestar aqui a minha mais integral e absoluta solidariedade à nossa vice-presidente Marta Suplicy, que conduziu, de forma absolutamente correta, a sessão de ontem e que foi vítima aqui das mais diversas provocações, agressões, chacotas, coisas que eu não vi aqui nas vezes em que esta mesa foi presidida por um homem".

O líder petista afirmou que as manifestações dos senadores em relação a Marta eram de natureza "machista" e tinham o objetivo de testar a senadora petista: "As manifestações acontecidas aqui foram claramente de conteúdo machista, tentando testar a capacidade e a firmeza da Mesa."

Colega de partido de Marta, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) adotou mesmo tom do líder petista ao criticar o comportamento dos senadores durante a sessão comandada pela vice-presidente da Casa.

"Queria aqui também manifestar a minha tristeza pela forma da discussão de ontem, pela histeria que presenciamos no plenário, de senadores com história, com nome, jogando Regimento, pulando, agredindo. Isso não é demonstração que esta Casa tem que dar. Esta Casa é o Senado, é a Câmara Alta", analisou Gleisi.

A senadora Ana Rita (PT-ES) e os senadores Anibal Diniz (PT-AC) e Eduardo Suplicy (PT-SP) disseram que também manifestavam solidariedade a Marta.

"O que aconteceu aqui, ontem, está sendo motivo de repúdio por parte de muitas pessoas", argumentou Ana Rita.

Confusão

Encerrada já na madrugada desta quinta (2), a sessão do Senado foi marcada pelo tumulto entre os senadores da base governista e da oposição. Atitudes da vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), que estava no comando da sessão, irritaram os parlamentares.

A senadora petista foi duramente criticada pelos colegas por controlar rigidamente o tempo de cada um dos discursos. Muitos senadores reclamaram que não tiveram tempo suficiente para manifestar as opiniões sobre as MPs em debate.

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), chegou a dizer que a atitude da senadora era "ditatorial": "A primeira palavra tem de ser aos brasileiros, pedindo perdão pelo triste espetáculo que aqui se manifestou. A oposição não podia deixar de se manifestar contra essa posição ditatorial. Impedir que senadores discutam a matéria é agir de forma ditatorial."

Enquanto alguns senadores tentavam ocupar a tribuna para se manifestar sobre a medida, outros gritavam "vergonha" para a senadora. O próprio discurso do senador tucano acabou sendo cortado por Marta, que interrompeu o áudio do microfone: "Senhor senador, o tempo regimental está encerrado."

Pelo Twitter, o senador governista Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) afirmou que não tinha palavras para descrever o que estava acontecendo no plenário: "As imagens vão falar por si." Diante dos desentendimentos, o líder do governo no Senado pediu cinco minutos de intervalo para discutir a matéria. A sessão foi retomada sem acordo entre os parlamentares, que continuaram reclamando da postura de Marta na condução dos trabalhos.

O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), disse que é preciso que exista mais respeito entre os senadores, "sem gritos, violência e desrespeito". Bem na hora, a senadora cortou o microfone do senador. "Seu tempo acabou, senador". Logo em seguida, a própria Marta anunciou que a sessão estava encerrada por falta de tempo para votar as medidas.

"Hoje mostramos ao Brasil toda uma faceta negativa do Senado Federal, mesclada de autoritarismo, de desrespeito e de tudo que uma democracia não deve ter", disse Demóstenes.

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