O novo secretário estadual de Saúde, Gilberto Martin, que até então era superintendente da secretaria, assume a pasta com pelo menos outros três problemas graves além da falta de UTIs: cidadãos com dificuldades na obtenção de medicamentos de alto custo, aumento dos casos de dengue e crescimento da incidência de rubéola.
Com relação ao problema da falta de medicamentos de alto custo, Martin afirma que o período de março a agosto deste ano foi realmente crítico. Mas ele assegura que a situação está regularizada. Martin deve, inclusive, discutir com o Ministério da Saúde a incorporação de novos medicamentos na lista de remédios autorizados. "Essa é uma discussão muito técnica e, para que possamos disponibilizar, por obrigação, alguns medicamentos, tem de haver a comprovação de ele faz a diferença entre a vida e a morte."
O governo do estado vem sendo obrigado pela Justiça a disponibilizar a pacientes alguns medicamentos, de alto custo, que não fazem parte da lista do ministério. Na opinião do secretário, a pressão para que o estado fornece qualquer tipo de remédio, sem comprovação de eficácia, é equivocada e acaba desviando a verba de outras áreas da saúde. "Mas atualmente estamos acertando a situação. Só neste ano foram mais de R$ 150 milhões para medicamentos de alto custo e temos 46 mil paranaenses sendo atendidos pelo estado. Antes de 2003, eram 18 mil pacientes e R$ 30 milhões de investimentos."
Outros dois problemas mais recentes que Gilberto Martin terá de administrar são os aumentos dos casos de dengue e rubéola no Paraná. De janeiro a agosto deste ano o número de casos de dengue no estado aumentou 30 vezes em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 24.462 casos confirmados. Já a rubéola cresceu dez vezes em 2007 comparado a 2006. Já são 32 casos neste ano contra três no ano passado.
Para Martin, esses são problemas que têm de ser enfrentados de forma totalmente diferente de como estava sendo feito. "Para a dengue, as políticas terão de ser mais consistentes. A dengue hoje é uma doença epidêmica mesmo. Por isso, precisamos de mais campanhas de conscientização." De acordo com ele, uma das idéias é elaborar uma espécie de armadilha para capturar o mosquito transmissor e ver onde ele se prolifera mais. "E, quanto à rubéola, temos de identificar o porquê desse aumento."



