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Brasília (AE) – O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, prometeu abrir um processo administrativo contra os Bancos Rural e do Brasil (BB), caso as instituições financeiras não enviem até as 18h30 de terça-feira dados pedidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios. Meirelles foi visitado ontem pelo líder do PT no Senado e presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), que se queixou da lentidão dos dois bancos e cobrou providências. A comissão aguarda com especial ansiedade as informações referentes à movimentação das contas mantidas pelas empresas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza na agência do Rural do Brasília Shopping – apontada pelo presidente nacional licenciado do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), como um centro de pagamento do mensalão.

"É inacreditável que a movimentação maior das contas seja no Banco Rural e até agora não tenhamos nada. Isso é preocupante", disse Amaral, antes do encontro com Meirelles. "Precisamos receber esses documentos com celeridade." O presidente do BC afirmou a ele ter encaminhado na quinta-feira ao Rural e ao BB ofícios pedindo as informações sobre as contas das empresas de Valério. No documento, dá prazo de cinco dias para que as duas instituições encaminhem à CPI os dados resultantes da quebra do sigilo bancário e fiscal aprovada pelos parlamentares.

Outra instituição que havia sofrido críticas dos congressistas, o Banco de Boston divulgou nota ontem informando ter encaminhado ao BC informações sobre a conta mantida pelo empresário. Já o BB confirmou ter recebido o pedido do BC e prometeu enviar os dados à CPI o mais cedo possível. "Os papéis da quebra do sigilo telefônico do Marcos Valério estão chegando, mas os do sigilo bancário, em especial do Banco Rural, não vêm para nós", queixou-se Amaral.

A presidente da CPI entregou ontem ao BC os documentos com a autorização dada pelo deputado José Dirceu (PT-SP) e pelos três dirigentes afastados do PT (José Genoíno, Delúbio Soares e Sílvio Pereira) para que os sigilos bancário, fiscal e telefônico sejam quebrados. Também foi entregue a autorização do novo presidente nacional do PT, Tarso Genro, para que a CPI tenha acesso a todos os dados sobre contas bancárias e telefonemas dos partidos.

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