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| Foto: Janine Moraes/ABr

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse que vai entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta quarta-feira (3) pedindo que seja investigada a suposta ligação de um ex-funcionário do Supremo com o banqueiro Daniel Dantas.

O ex-funcionário, Sérgio de Souza Cirillo, havia sido nomeado pelo próprio Mendes para um cargo de confiança, como assessor da Secretaria de Segurança do STF. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Supremo.

A denúncia de que Cirillo era ligado ao grupo de Daniel Dantas está na sentença anunciada nesta terça-feira (2) pelo juiz Fausto De Sanctis, em que condenou o banqueiro a dez anos de prisão por corrupção ativa.

De acordo com a sentença, Cirillo teria relações pessoais com o professor universitário Hugo Chicaroni, também condenado nesta terça, a sete anos de prisão, sob a acusação de intermediar uma oferta de propina de Dantas a um delegado da Polícia Federal que investigava denúncias contra o banqueiro.

Segundo a sentença assinada pelo juiz De Sanctis, Chicaroni teria telefonado nove vezes para Cirillo entre os dias 4 de junho e 7 de julho, pouco antes de a Operação Satiagraha ser iniciada. Durante a operação, Dantas e Chicaroni foram presos pela PF. Ainda em julho, Gilmar Mendes concedeu dois habeas corpus que livraram o banqueiro da prisão.

"Tal fato revela, pois, que os acusados, para alcançar seus objetivos espúrios, dias antes de oferecer e pagar vantagem às autoridades policiais, atuavam sem medir esforços em suas tentativas de obstrução de procedimento criminal, tentando espraiar suas ações em outras instituições", destacou na sentença Fausto De Sanctis.

Na representação que deve ser encaminhada ainda esta tarde à PGR, o presidente do STF pede que a Procuradoria tome as medidas necessárias ao esclarecimento dos fatos relatados na sentença do juiz Fausto De Sanctis.

De acordo com a assessoria do STF, Gilmar Mendes se mostrou surpreso com o fato e destacou que não tem elementos para confirmar se Cirillo agiu ou não de má-fé enquanto ocupou a função comissionada no Supremo.

Outro lado

Ao G1, Sérgio Cirillo negou que tenha relação com Hugo Chicaroni. "Simplesmente éramos sócios do mesmo instituto [Instituto Sagres]", disse. Questionado se teria usado o cargo para beneficiar Dantas, ele afirmou que sequer conhece o banqueiro.

Cirillo acrescentou que vai esperar as "providências oficiais serem tomadas" para se pronunciar sobre o assunto.

Segundo o STF, Cirillo ocupou o cargo de confiança entre o dia 30 de julho e o final de outubro. Ele teria sido nomeado por Mendes por indicação do então secretário de Segurança do STF, coronel Gabriel Alonso Gonçalves.

De acordo com a assessoria, Cirillo acabou demitido após Gonçalves ser exonerado "por demonstrar que não tinha o perfil adequado para exercer o cargo".

Você acredita que o banqueiro Daniel Dantas cumprirá os dez anos de prisão a que foi condenado e pagará a multa de R$ 13 milhões estipulada pela Justiça? Opine no formulário abaixo.

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