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Priscila Aprigio, de 13 anos, já sabe que está sem movimento nas pernas, mas tem esperança de se recuperar e voltar a andar. A informação foi dada neste sábado (3) pelo irmão dela, Leandro Aprigio. A adolescente foi baleada em um tiroteio em Moema, na Zona Sul de São Paulo, durante assalto à agência do Itaú na Avenida Ibirapuera, na quarta-feira (28), que deixou outras quatro pessoas feridas.

Segundo Leandro, a família irá aceitar o tratamento de reabilitação no Hospital das Clínicas oferecido pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que compareceu ao Hospital Alvorada por volta das 14h30 deste sábado para visitar Priscila.

De acordo com a assessoria do hospital, o governador esteve no local por cerca de meia hora, acompanhado da médica Lina Mara Rizzo Batistella, do Hospital das Clínicas, para prestar assistência e solidariedade à garota e à família, mas acabou surpreso com a atitude de Priscila, que está sorridente e otimista.

Um novo boletim médico divulgado pelo hospital na tarde deste sábado informa que o estado de saúde de Priscila continua estável. A menina se alimenta bem, está consciente e respira normalmente, sem a ajuda de aparelhos, e continua sem o movimento das pernas. Ela deixou a Unidade de Terapia Intensiva na sexta-feira (2). De acordo com Leandro, o banco Itaú está pagando todas as despesas de internação e tratamento de Priscila.

A bala que atingiu Priscila na coluna já foi retirada. Ademar Gomes, advogado que auxilia a família da jovem, diz que o tiro pode ter saído de um fuzil, arma de uso restrito do Exército. O delegado que cuida do caso diz que o hospital errou ao entregar uma prova importante do crime ao pai da menina. A bala que perfurou a medula de Priscila foi parar nas mãos do pai dela, Isaías Silva, de 40 anos. Depois de receber o projétil do corpo da jovem, o Hospital Alvorada entregou a cápsula à família.

"Isso foi um equívoco cometido por imprudência do hospital e na realidade não constitui nenhuma figura penal. Ele não pode ser punido por isso. Mas é lógico que o hospital quando tem acesso a um elemento de prova desse tem que entregar imediatamente à polícia, que é responsável pela apuração dos delitos", afirma o delegado Rui Fontes.

O delegado que investiga o caso diz que a quadrilha comandada por Wellignton Oliveira, único suspeito preso, é também responsável por outros assaltos a bancos.

"Nós verificamos com a ajuda dos bancos, a partir de algumas imagens que foram colhidas por essas agências bancárias, que ele está incluso em cenários de roubos anteriores dentro da capital. Eles vinham repetindo pelo menos semanalmente os assaltos. Desmantelando a quadrilha, a gente vai diminuir a estatística com certeza."

Outros feridos

O eletricista Raimundo José Jesus dos Santos, de 39 anos, que também foi ferido no tiroteio que atingiu Priscila, continua na UTI, em estado grave. Ele teve a perna esquerda amputada na sexta-feira. Raimundo estava dentro do ônibus com a sogra e a cunhada quando foi atingido por uma bala.

Maria Erenildes, de 38 anos, foi atingida de raspão no joelho. Ela estava dentro de um ônibus no momento da ação. Ela já teve alta do hospital.

Fábio Ferreira Nascimento, de 28 anos, foi baleado no punho e na coxa quando estava dentro de um Verona no cruzamento da Alameda dos Arapanés com a Rua Macuco, após reagir à abordagem de um dos assaltantes que estava armado com um fuzil 762. Segundo a assessoria do Hospital São Paulo, o estado de saúde de Nascimento se mantém estável. Ele está consciente, passa bem e há possibilidade de receber alta na próxima segunda (5) ou terça-feira (6). Depois disso, deve iniciar o tratamento de fisioterapia em razão da cirurgia no pulso esquerdo.

O assaltante Wellington Dellan Ferreira, de 30 anos, foi atingido por nove tiros disparados por um guarda civil metropolitano ainda dentro do banco e está internado no Hospital Penitenciário. Crime

O assalto no banco Itaú da Avenida Ibirapuera começou quando um dos bandidos rendeu a gerente. Ele obrigou a funcionária do banco a abrir a porta da agência para outros assaltantes. De acordo com a polícia, o grupo estava fortemente armado. Entre as armas, havia um fuzil 762. A polícia acredita que até oito pessoas possam ter participado da ação.

A polícia afirma que o tiroteio começou depois que um cliente - um guarda civil metropolitano - que estava em um dos caixas eletrônicos percebeu o assalto. O homem, que estava vestido de terno, sacou uma arma, reagiu e atingiu Wellington com nove tiros.

Na fuga, o grupo saiu atirando e quatro pessoas ficaram feridas do lado de fora da agência.

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