Na cerimônia de posse da nova direção do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um ato de desagravo ao partido que fundou há 30 anos. Ao abordar a crise do mensalão, que dizimou o governo e a cúpula petista, em 2005, Lula disse que a legenda não tem medo de turbulência. "Errar é humano", afirmou o presidente, para em seguida mirar no PSDB. "Aqueles que queriam acabar com a nossa raça estão acabando e nós nem dissemos que íamos acabar com a raça deles", disse.
Os ex-presidentes do PT José Dirceu e José Genoino, réus no processo do mensalão, integram o novo diretório petista e foram quase tão aplaudidos quanto Lula quando tiveram os nomes anunciados. O presidente afirmou que compreende o ódio destilado contra o PT por parte dos adversários. "A gente tinha medo de ser abocanhado, mas o máximo que conseguiram foi tirar um pedaço do dedo", afirmou, sob aplausos da plateia, mostrando sua mão esquerda sem o dedo mínimo.
A solenidade não contou com a presença de nenhum representante do PMDB, considerado o principal aliado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto. "Amanhã (hoje) eu tenho de convencer vocês de que a Dilma é candidata nossa", disse ele, numa referência ao discurso que tanto ele como a chefe da Casa Civil farão hoje. O presidente afirmou que, quando deixar o Planalto, em janeiro de 2011, quer voltar a participar das reuniões do PT. "Mas fiquem tranquilos porque eu não vou querer disputar nenhum cargo", brincou. "Quero participar da integração política do nosso continente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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