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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou reunião para a manhã desta quarta-feira, com o objetivo de decidir o futuro do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), flagrado discutindo a divisão de R$ 2,2 milhões com um ex-assessor. Na reunião que fizeram na manhã desta terça-feira, integrantes da Mesa Diretora do Senado fizeram uma avaliação prévia e todos os presentes tenderam a enviar o caso, que já conta com uma representação do PSOL contra Roriz, ao Conselho de Ética.

- Temos que reunir a Mesa e despachar o mais rapidamente possível - disse Renan, que, por sua vez, é acusado de ter contas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior.

Também nesta terça-feira, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), afirmou que está analisando as provas contra Roriz em conjunto com o Ministério Público do Distrito Federal. Tuma explicou que também vai procurar esclarecer por que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, deu prazo de 20 dias para Roriz apresentar sua defesa.

Roriz foi flagrado pela Polícia Civil do Distrito Federal na Operação Aquarela, que investiga fraudes no Banco de Brasília (BRB), discutindo com o ex-presidente do banco Tarcísio Franklin de Moura a partilha de um cheque de R$2,2 milhões, que pertencia ao empresário Nenê Constantino, dono da Gol e de empresas de ônibus no Distrito Federal.

Nesta segunda, o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) informou, em nota, que não abrirá investigações internas sobre o suposto pagamento de propina a integrantes do tribunal no julgamento de uma ação contra Roriz, em outubro passado. A corte só agirá se for acionada pelo Ministério Público Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo a revista "Veja", dois juízes do TRE-DF teriam recebido R$ 1,2 milhão para absolver o ex-governador, acusado pelo Ministério Público de usar a máquina pública na campanha. O senador é acusado de ter sido beneficiado com suposta propaganda institucional por parte da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) que, ao modificar seu número de telefone, deu destaque ao número do candidato. O PCdoB entrou com um recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aguarda um parecer da Procurador Geral Eleitoral (PGE) sobre a representação.

Roriz pensa em renúncia coletiva com seus suplentes

Roriz tem consultado aliados sobre a possibilidade de renunciar ao mandato de senador até a próxima quinta-feira, quando a Mesa do Senado deve fazer sua próxima reunião, para escapar da cassação. Caso decida deixar o Senado, a renúncia seria coletiva, incluindo o primeiro suplente, Gim Argelo, que também estaria comprometido com gravações de escutas telefônicas. A renúncia coletiva seria idéia do segundo suplente de Roriz, o advogado Marcos de Almeida Castro, ex-presidente da Companhia de Água e Esgoto do DF. Com isso, haveria nova eleição para o Senado no DF, e Roriz poderia se candidatar. Ou, o que é mais provável, ele esperaria até 2010, quando duas cadeiras estarão em disputa.

Há consenso, entre os aliados, de que, do ponto de vista formal e legal, sua defesa é robusta, mas que, do ponto de vista político, sua situação é bastante frágil. A avaliação é que Roriz não conta com o apoio de seus pares na Casa.

- A renúncia faz parte do arsenal estratégico do senador. Mas só será adotada em última instância, para preservar seus direitos políticos e se for feita de forma coletiva pela chapa - disse o deputado Tadeu Filipelli (PMDB-DF).

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não gostaria que Roriz renunciasse ao mandato. Sua avaliação é de que isso se voltaria contra ele, com o aumento da pressão da sociedade para que todos os suspeitos sejam punidos.

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